25 de fev. de 2010

Crescimento absurdo

Deputados condenam gastança do governo Lula com publicidade

Deputados do PSDB criticaram o descontrole dos gastos do governo federal com publicidade e propaganda. Segundo estudo elaborado pela Assessoria Técnica do partido na Câmara, as despesas federais com essa área mais que dobraram se comparados sete anos do governo FHC (1996 a 2002) com sete anos de Lula à frente do Palácio do Planalto (2003 a 2009).

Lavagem cerebral no eleitor - De acordo com o levantamento, os gastos com publicidade em valores a preços constantes, corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passaram de R$ 1,29 bilhão para R$ 2,68 bilhões, o que representa um crescimento de 107%. Órgãos que antes nem sequer aplicavam recursos nessa área passaram a utilizar quantias grandiosas. É o caso do Ministério das Cidades, que aumentou em 77.530% os gastos com propaganda em 2009 na comparação com 2003.

Em 2010, a previsão é de alta. Indo contra a lei, o governo pretende gastar neste ano R$ 700,4 milhões, R$ 117,3 milhões a mais que em 2009. A lei eleitoral determina que no ano em que houver disputa nas urnas o valor deve ser menor que o executado no ano anterior.

Em plenário, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) classificou de "estarrecedor" esse avanço no gasto em publicidade. "Fica constatada e confirmada a semelhança entre a estratégia adotada por Adolf Hitler na Alemanha nazista com seu ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, e a utilizada pelo presidente Lula e por seu ministro da Comunicação, Franklin Martins", comparou.

Para deputados tucanos, desde 2003, quando começou o governo do PT, está nítida a utilização da comunicação institucional com objetivos eleitorais e de autopromoção, ao contrário do que determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Segundo a legislação, essa despesas devem ser executadas apenas para publicidade institucional e de utilidade pública.

“Está claro que as campanhas publicitárias do governo estão sendo intensificadas com objetivo meramente eleitoral. Não se trata de prestação de contas sobre suas ações, mas, sobretudo, de campanhas visando promover o governo”, alertou o deputado Zenaldo Coutinho (PA). E mais: ao gastar tanto com propaganda, o governo deixa de investir em outros setores. “Isso é dinheiro público que está deixando de ser gasto com investimentos necessários à sociedade em áreas como educação e segurança pública. Há uma distorção de valores por parte da gestão do PT”, criticou.

Para o deputado Paulo Abi-Ackel (MG), a quantidade excessiva de propagandas veiculadas pelo governo federal nos meios de comunicação representa uma tentativa de fazer uma “lavagem cerebral” na sociedade.

“É a tentativa de transformar um governo que é ineficaz em um governo eficiente, com uma verdadeira lavagem cerebral no eleitor. Querem fazer com que as pessoas acreditem que existe uma boa gestão, quando na verdade está instalado um desgoverno que apenas procura agradar a companheirada por meio de emendas, favores e empregos”, apontou.


De acordo com o deputado, as ações do Planalto são muito bem exploradas nas propagandas, mas na prática nem se aproximam daquilo que é divulgado. “Existe um enfoque muito grande na divulgação de ações que muitas vezes nem existem, como é o caso do PAC. É um governo que tem deficiências muito claras e que busca, por meio da comunicação social, passar a impressão de que tudo é diferente. Fragilidade das ações e excesso de publicidade - essa é a marca deste governo, que tem o presidente Lula como garoto propaganda”, reprovou. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Du Lacerda)

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