18 de fev. de 2010

Hora de mudanças

Hauly reforça críticas da Campanha da Fraternidade à política econômica de Lula

Lançada nesta quarta-feira (17), a Campanha da Fraternidade de 2010 levará a 50 mil comunidades cristãs de todo país uma mensagem em tom de crítica à política econômica adotada no governo Lula. O tema deste ano é “Economia e Vida”, com o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro". O texto-base inclui, entre outros pontos, críticas à crescente dívida interna do país, às altas taxas de juros, à elevada carga tributária e ao sistema financeiro internacional. Em 2009, por exemplo, essa dívida fechou em R$ 1,4 trilhão, 7,16% a mais que em 2008.

Modelo precisa ser rompido - Economista e católico praticante, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) disse que a mobilização destaca a necessidade de mudanças. “A Campanha da Fraternidade é bem realista e propõe aquilo que o país mais necessita: mudanças na política econômica adotada pelo governo Lula. O tema escolhido é uma crítica contundente à carga tributária elevada e concentrada em cima dos pobres e dos trabalhadores, um alerta que eu venho fazendo há muito tempo”, destacou.

Realizada de forma ecumênica pela terceira vez, a Campanha da Fraternidade congrega, além da Igreja Católica, outras quatro igrejas integrantes do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), responsável pela mobilização de 2010. “Essa união é muito importante para romper com esse modelo e essa condução equivocada da política econômica”, ressaltou Hauly.

Em relação à dívida interna, o texto da campanha aponta que apesar dos gastos com juros e amortizações da dívida pública consumirem mais de 30% dos recursos orçamentários do país, as dívidas não param de crescer. “O trabalhador paga o dobro de impostos dos ricos. O modelo econômico vigente não tem nenhum compromisso com os mais pobres”, alertou o tucano, defensor ferrenho de uma profunda reforma tributária no país.

Ainda segundo o documento, a dívida limita a capacidade do governo de destinar verbas aos investimentos sociais. “Durante sete anos de governo o presidente Lula mais que dobrou os valores da dívida e pagou altos juros como nunca antes na história desse país”, alertou. “O PSDB, como partido social-democrata, busca privilegiar o trabalho e os cidadãos, distribuir riqueza e proporcionar melhores condições para a população”, apontou Hauly.

Reflexão - Em pronunciamento no plenário do Senado, Flávio Arns (PR) afirmou que a campanha é uma oportunidade para reflexão. “A sociedade deve refletir sobre as relações sociais e a postura diante da vida, em busca da recuperação dos melhores valores e da humanidade que vem se perdendo", argumentou.

Segundo ele, a mobilização deste ano pode equacionar a relação entre economia, vida humana e conservação do meio ambiente. Já Arns cobrou atenção ao lema da campanha. Ele atribuiu à ganância e à ambição desmedidas o estado de pobreza e de miséria em que vive grande parte da humanidade. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Eduardo Lacerda e Agência Senado)

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