18 de fev. de 2010

Ignoram o passado

Discurso pró-educação do PT não tem fundamento, diz Raquel Teixeira

A deputada Professora Raquel Teixeira (GO) contestou nesta quinta-feira (18) o discurso pró-educação repetido costumeiramente pelo presidente Lula e por sua pré-candidata na disputa pelo Palácio do Planalto, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Em sua rotina de inaugurações pelo país, o petista se orgulha de ser o presidente que teria inaugurado mais universidades no país - 13 no total.

Legado no ensino fundamental - Mas além de inflar os dados, como denuncia reportagem da “Folha de S. Paulo” publicada hoje, os petistas simplesmente ignoram as contribuições anteriores e o processo histórico do setor. Se for levado à risca o levantamento do Ministério da Educação que sustenta a propaganda governista, Juscelino Kubitschek superaria o ritmo de Lula, com a inauguração de dez universidades em cinco anos de mandato.

Já o governo Fernando Henrique (1995-2002) fez seis instituições, apesar de suas políticas públicas na área terem outro foco, como explica Raquel Teixeira. “Pela primeira vez na história um presidente teve a coragem de dizer que a prioridade do Brasil era o ensino fundamental. Essa foi a mudança mais importante. Universalizamos o acesso à educação dos sete aos 14 anos, e o ensino superior é fruto de uma base bem feita. Naquele momento, o Brasil precisava disso”, ressaltou.

Segundo explicou a parlamentar, uma das raízes mais profundas da desigualdade no Brasil é que o país historicamente valorizou a educação superior, modelo considerado elitista em todo o mundo. Mesmo dando importância também para a questão das universidades, o governo FHC criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e focou os investimentos na educação fundamental. “Com isso, universalizou-se a oportunidade de estudo, o nível educacional melhorou e as pessoas passaram a receber salários melhores e a ter novas profissões”, acrescentou a deputada.

Por outro lado, os números ventilados pelo Planalto no ensino superior estão inflados: das 13 instituições contabilizadas, nove são mero resultado de fusão, desmembramento ou ampliação de universidades inauguradas por outros presidentes. E falar tanto de universidade, segundo a deputada, não deixa de ser uma tática eleitoreira petista, mesmo usando números distorcidos. “Ao contrário da criança pobre, que não vota por causa da idade, o universitário vai às urnas. É por isso que o PT bate tanto nessa tecla”, reprovou. (Reportagem: Rafael Secunho/Foto: Ag. Câmara)

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