13 de abr. de 2010

Cadê minha casa?

Após um ano, programa habitacional de Lula segue a passos lentos

Resultados insignificantes, promessas difíceis de serem cumpridas e uma população à espera de realizar o sonho da casa própria. Lançado há exatamente um ano pelo governo federal com propósito de construir um milhão de casas, o programa "Minha Casa, Minha Vida" ainda não decolou. O Planalto tem menos de nove meses para conseguir mudar essa realidade, mas pelo histórico de má gestão dificilmente o quadro será muito diferente em 31 de dezembro.

Para o deputado Carlos Sampaio (SP), desde seu lançamento o programa teve como objetivo principal dar mais popularidade ao governo, sem se preocupar com o planejamento e a busca de resultados concretos para atacar um sério problema nacional: o déficit de moradias. “Será que conseguirão construir, até o final do governo em dezembro, as outras 998,8 mil casas? Essa é a maior constatação do grande engodo que foi mais esta promessa do governo do PT”, alertou.

O deputado Lobbe Neto (SP) acredita que falta competência para gerir um programa que poderia ajudar a reduzir o déficit habitacional no país. “É um absurdo. Há muito discurso e propaganda e pouca ação e gerenciamento. A sociedade não pode aceitar esse tipo de situação e deve cobrar a entrega dos empreendimentos prometidos”, destacou.

Os números
- Até dezembro último, apenas 1.221 casas tinham sido construídas de um total de 1 milhão de unidades prometidas pelo Planalto.

- Só 367 mil casas tinham sido contratadas até 26 de março, o que representa apenas 35% da meta assumida pelo governo Lula.

- Segundo o IBGE, o déficit habitacional brasileiro é estimado em 6,3 milhões de residências.

Jogados nas periferias
A senadora Marisa Serrano (MS) chamou a atenção nesta terça-feira para nota técnica assinada por Victor Carvalho Pinto, consultor da Casa. Ele considera preocupante a iniciativa do governo Lula de priorizar o quantitativo de moradias em detrimento de sua localização no "Minha Casa, Minha Vida". “Bairros afastados, sem opções de emprego e lazer, são fonte de degradação do tecido social e contribuem para a desestruturação da família e para a inserção dos jovens no mundo da criminalidade", diz trecho da nota. (Reportagem: Djan Moreno/Fotos: Eduardo Lacerda)

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