22 de abr. de 2010

De olho nos preços

Auditorias na Petrobras ajudarão a barrar irregularidades, diz deputado

O Tribunal de Contas da União iniciará nos próximos dias auditorias na Petrobras para entender como funciona o sistema de custos da estatal. O pedido foi feito pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso após o TCU ter apontado indícios de irregularidades em quatro grandes empreendimentos da Petrobras no final do ano passado. Um dos problemas encontrados foi o chamado sobrepreço.

Para o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), titular da comissão, esse tipo de trabalho será importante para impedir que obras continuem recebendo recursos mesmo estando irregulares. Para ele, é uma irresponsabilidade o governo liberar recursos para empreendimentos com problemas, como ocorreu com esses quatro empreendimentos da Petrobras tocados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O presidente Lula ignorou as recomendações do TCU e agiu para que essas obras continuassem a receber dinheiro sob o argumento de que a paralisação iria gerar desemprego. “É injustificável liberar recursos para empreendimentos com irregularidades sob essa justificativa. As auditorias serão importantes, pois precisamos dar um basta nessas manobras que o Planalto tem feito para tentar garantir o desenvolvimento de projetos irregulares”, destacou Gomes de Matos.

Saiba mais

→ O sobrepreço ocorre quando obras e serviços são feitos por preços acima do mercado. Essa é a irregularidade mais apontada pelo TCU nas obras do PAC.

→ A Petrobras não utiliza os sistemas de custos oficiais, determinados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) como referência para os preços das licitações. Com as auditorias, o tribunal pretende identificar se as fontes de referências usadas pela empresa são as mais adequadas.

→ Na semana passada o Executivo enviou ao Congresso proposta que modifica a LDO para dificultar ainda mais a paralisação de obras. Pela mudança, um empreendimento só poderá ser paralisado depois que todas as medidas administrativas cabíveis já tiverem sido esgotadas. (Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda)

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