22 de abr. de 2010

Relações internacionais

Deputados rebatem ataques a FHC e reprovam política externa de Lula

Os deputados Emanuel Fernandes (SP) e Renato Amary (SP) rebateram nesta quinta-feira (22) críticas do presidente Lula à política externa do governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo o petista, o Brasil foi induzido por muitos anos a ter "complexo de vira-latas" e afirmou que em seu governo o país passou a ter as posições ouvidas e respeitadas. Mas na avaliação dos tucanos, as ações do governo do PT na área internacional são equivocadas, a exemplo do total desprezo pelos direitos humanos.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Emanuel destacou que o Brasil tem uma forte presença mundial há muito tempo. “A população sabe disso. Essa presença foi intensificada no governo FHC com ações concretas, ao contrário do atual governo, que quase nada tem a mostrar”, comparou.

O deputado citou a quebra de patentes de medicamentos ocorrida durante a gestão de José Serra no Ministério da Saúde como uma das maiores vitórias da diplomacia brasileira nos últimos anos. “Isso sim mostra uma posição internacional relevante. Além disso, FHC é uma figura respeitada internacionalmente.”

Já para Renato Amary, o episódio ocorrido no início da década "é uma demonstração de pragmatismo, ousadia e competência que devem marcar a política externa brasileira”. Para o tucano, a linha seguida pela diplomacia brasileira é errada. Ele criticou, por exemplo, a aproximação do Itamaraty com regimes autoritários como Cuba, Irã e Venezuela. “Isso já mostra que o caminho seguido pelo governo Lula não é o melhor para o país”, resumiu.

Emanuel ressaltou que o Brasil sempre teve uma posição de respeito aos direitos humanos, algo relegado a segundo plano pelo governo atual. “Quando estamos tratando de direitos fundamentais, a política externa não tem nada a ver com simpatias ideológicas, mas com princípios”, ponderou. O deputado lembrou que, em visita a Cuba, o presidente Lula criticou o ativista Orlando Zapata por ter feito a greve de fome que o levou a morte e silenciou sobre a ditadura no país caribenho.

O tucano reprovou também a defesa de Lula ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na crise gerada pela recusa do país a submeter o seu programa nuclear à inspeção da ONU. “Faz parte da tradição brasileira procurar sempre o diálogo, mas é preciso que haja ponderação e bom senso. O Brasil está ficando perigosamente sozinho no cenário internacional e isso pode torná-lo vulnerável”, alertou. (Reportagem: Alessandra Galvão/Fotos: Eduardo Lacerda)

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