15 de abr. de 2010

Obra polêmica

Usina de Belo Monte não estimulará crescimento do Pará, diz Nilson Pinto

O deputado Nilson Pinto (PA) vê com preocupação a construção da usina de Belo Monte no Rio Xingu, no Pará, tema de uma polêmica que ultrapassa as fronteiras do estado. Para o tucano, essa obra integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem vários aspectos desfavoráveis. O impacto socioeconômico na região é o principal problema apontado pelo deputado. Segundo ele, a usina não vai gerar riqueza para o estado.

“A construção trará milhares de pessoas à região. Quando a obra estiver concluída, teremos uma população enorme com um conjunto de necessidades a serem supridas e o que restará de benefício real para o estado será muito pouco. A usina não vai internalizar riqueza, gerar empreendimentos e novos investimentos”, avisou.

Segundo Nilson Pinto, o Pará continuará exportando energia para o resto do Brasil o que, na sua avaliação, não é um bom negócio. “O estado está sendo transformado em um mero supridor de energia sem ter com isso a contrapartida dos recursos necessários para dar uma vida mais digna à população local”, criticou. “É um absurdo que uma obra deste porte seja construída sem uma discussão séria sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais para a região”, completou.

Justiça suspende leilão
A polêmica sobre a viabilidade do empreendimento continua. Ontem a Justiça Federal do Pará determinou a suspensão da licença prévia da usina e também o cancelamento do leilão, marcado para terça-feira (20) para escolher as empresas responsáveis pela obra. A liminar foi pedida pelo Ministério Público Federal paraense, que moveu ação civil pública apontando irregularidades na obra. A promotoria argumenta que seria necessária a edição de uma lei ordinária para a construção de hidrelétricas em área indígena.

O número
R$ 19 bilhões
é o orçamento para construção da usina de Belo Monte, alvo de contestações por parte de moradores locais, especialistas e entidades nacionais e internacionais. Entre os principais problemas, estão a viabilidade econômica da obra e o impacto para comunidades indígenas, que temem a seca em parte do rio. O presidente Lula promete que a obra sairá do papel independentemente da participação de consórcios privados. O Planalto está disposto até mesmo a colocar fundos de pensão na empreitada. (Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)

Ouça aqui o boletim de rádio

Um comentário:

SERPAJ-Brasil disse...

Prezado Deputado Nelson Pinto,
Por 17 dias, de 21/03 a 06/04, eu estive na Alemanha e Suiça para falar da Usina de Belo Monte, visitei 13 cidades, falei em universidades, igrejas, organizações de solidariedade internacional e até em escola primária. O tema desperta muito interesse, as pessoas ficam abismadas com a loucura dessa idéia. 516 km² de floresta inundada, dois canais de 500 m de largura por 32 km de comprimento e cem km do Rio Xingu completamente secos, alé do custo humanos e econômico. Tudo sem o devido debate com a sociedade. BASTA!