27 de mai. de 2010

Denúncia

Ex-segurança da Bancoop confirma desvio de dinheiro para o PT

Em depoimento na CPI da Assembleia Legislativa de SP que investiga supostas fraudes e desvios na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), o empresário Andi Roberto Gurczynska confirmou que emitia notas de serviço para a entidade. Segundo ele, em contrapartida, recebia em sua conta bancária depósitos de valores 10 vezes superiores. Em seguida, o dinheiro era sacado e entregue ao então presidente do Sindicato dos Bancários, João Vaccari Neto.

Segundo o empresário, que trabalhou como segurança para a direção da cooperativa, todos tinham conhecimento da entrega dos recursos ao PT. Para o deputado Ricardo Tripoli (SP), o esquema montado pelo Partido dos Trabalhadores começa a ser esclarecido.

“É dinheiro das pessoas de boa fé que foi utilizado de má fé por dirigentes dessa legenda. Essa é uma questão que não é de partido contra partido. O problema é que pessoas foram lesadas”, explicou. Para o tucano, está muito claro que esses dirigentes cometeram um crime.


“É uma engenharia e uma matemática que acho que nem a Escola Politécnica da USP possa explicar”, apontou. Tripoli afirma ser preciso investigar e rastrear para onde foi o dinheiro pago pelos cooperados que não receberam os imóveis. “E tem que, obviamente, investigar para onde esses recursos foram desviados”,afirmou.

Andi Roberto Gurczynska disse que fez as transações bancárias para a cooperativa e os petistas entre 2002 e 2004. Ele demonstrou indignação quando deputados estaduais do PT o acusaram na CPI de estar a serviço do PSDB.
Ele afirmou que a sua empresa tem contratos com várias gestões do PT e que hoje a legenda tenta desqualificá-lo.

Segundo o ex-segurança da Bancoop, ele mesmo escoltava
Luís Malheiro, então presidente da cooperativa, e outros diretores até o sindicato, onde entregava envelopes de dinheiro a João Vaccari Neto, hoje secretário de Financas e Planejamento do PT. Existe a suspeita de que a direção da cooperativa tenha desviado R$ 100 milhões dos cooperados, lesando cerca de 10 mil famílias. (Reportagem: Artur Filho/Foto: Eduardo Lacerda)

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