A pedido da deputada Professora Raquel Teixeira (GO), a Comissão de Educação e Cultura promoveu nesta quinta-feira (27) audiência pública para discutir a baixa qualidade do ensino de ortodontia no Brasil e suas conseqüências para a saúde bucal da população. A parlamentar ressaltou a importância de debater esse tema e disse que o objetivo da reunião era discutir as causas e apontar soluções para minimizar o ensino ruim nessa área, algo que afeta diretamente a qualidade dos serviços prestados à população.
Segundo a parlamentar, a Associação Brasileira de Odontologia (ABO) está preocupada com essa situação porque essa é uma área sensível, com consequências diretas para a saúde bucal do paciente. De acordo com Raquel, os representantes da área defendem uma regulamentação mais rigorosa. Isso porque, segundo parâmetros internacionais, a exigência do número de horas para a especialização na área é muito baixa no Brasil.
“O Conselho Nacional de Educação regulamenta todas os cursos de especialização com menos de 400 horas. E, no exterior, uma especialização em ortodontia exige de mil a duas mil horas, no mínimo. Portanto, a Associação Brasileira de Odontologia quer, especificamente na área de ortodontia, essa regulamentação”, explicou Raquel, que pediu providências para corrigir as falhas no setor.
“A audiência foi importante, pois se discutiu um problema que traz consequências para a saúde bucal e um histórico de problemas traumáticos na vida de muitos pacientes por causa de erros de dentistas, da baixa qualificação desses profissionais e da exigência insuficiente na carga horária para a especialização”, avaliou Raquel.
Também participaram da audiência representantes dos ministérios da Educação, do Conselho Federal de Odontologia e da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial.
Carga horária insuficiente
→ Ortodontia é uma especialidade que corrige a posição dos dentes e dos ossos maxilares, geralmente por meio do uso de aparelhos. O especialista neste campo é chamado de ortodontista, que necessita fazer um curso de especialização, além dos cinco anos do curso regular. O problema é que, no Brasil, a carga horária é muito menor em relação aos padrões internacionais.
→ Segundo o Conselho Federal de Odontologia, há no Brasil cerca de 230 mil dentistas. Desses, 70 mil têm especialização.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)
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