O corte nos gastos desenfreados do governo federal é um dos caminhos para controlar a inflação e a alta dos juros. A avaliação foi feita nesta quinta-feira (13) pelos deputados José Aníbal (SP) e Rogério Marinho (RN), ambos economistas. Ainda segundo os tucanos, o Planalto deve adotar uma política fiscal responsável para não prejudicar a economia e a população.
Hoje o Ministério da Fazenda anunciou um corte de R$ 10 bilhões em gastos de custeio, medida recebida com desconfiança no PSDB. Aníbal espera que a providência, de fato, não afete os investimentos.
Para ele, a recente elevação de 0,75 ponto percentual da taxa Selic é um sinal preocupante de que a inflação pode voltar a assustar o cidadão. “Isso é um crime contra o trabalhador, pois a inflação tira o seu poder de compra. O governo tem a obrigação de corrigir o erro que cometeu. Quando há consumo sem investimento o resultado é a inflação”, alertou o deputado.
Já Rogério Marinho lembrou que a gestão do PT tem tomado ações que vão de encontro à boa gestão fiscal, como a elevação do número de cargos comissionados e o investimento em obras com superfaturamento e indícios de desvios de recursos. “O que estamos assistindo é uma frouxidão na política fiscal. Eles têm feito um esforço muito grande para eleger a sua sucessora e, com isso, tem fragilizado a economia do país”, condenou. O deputado vê com cautela o anúncio oficial de corte de gastos.
O parlamentar teme que os investimentos sejam prejudicados. “O grau de execução de investimento, que já é baixíssimo, será menor ainda”, previu. Segundo ele, o governo do PT promove uma inversão completa dos mecanismos de gestão equilibrada das finanças públicas.
Vergonha
“É preciso diminuir as despesas com a máquina e com os cartões corporativos, que são uma verdadeira vergonha. O excesso de gastos e a irresponsabilidade com que eles são feitos acabam pressionando a inflação.”
Deputado José Aníbal (SP)
R$ 10 bilhões
É o corte pretendido nos gastos de custeio dos ministérios neste ano, conforme anúncio feito hoje. O bloqueio de verbas se soma ao contingenciamento de R$ 21,8 bilhões já autorizado pelo Executivo em março. Somados, esses valores chegam a R$ 31,8 bilhões, valor superior ao que o Planalto pretende investir em 2010, via Orçamento de União, no Programa de Aceleração do Crescimento: R$ 28,6 bilhões.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Eduardo Lacerda)
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