4 de ago. de 2010

Caos na aviação civil

Usuário é quem paga pela incompetência do governo nos aeroportos, condena Macris

Em entrevista exclusiva ao Diário Tucano/Rádio Tucana nesta quarta-feira (4), o deputado Vanderlei Macris (SP) criticou a situação dos aeroportos brasileiros. O tucano culpou a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Infraero e, principalmente, o governo federal pela falta de investimentos e fiscalização no setor. Macris destacou que o usuário acaba sofrendo com os atrasos nos aeroportos, como os que aconteceram nesta semana, principalmente em voos da Gol.

A Infraero prevê 47 ações em seu orçamento de 2010. No entanto, segundo o site Contas Abertas, até junho, 15 destas ações não receberam qualquer centavo da empresa. Qual é sua análise sobre esse problema?
Essa é uma doença deste governo não só nesse setor, mas em todas as outras áreas de investimentos em infraestrutura. É uma doença crônica do anúncio e da não realização. O trem-bala, por exemplo, se anuncia há mais de três anos e até agora a licitação não foi concluída. Hoje vemos que o setor está totalmente congestionado e quem paga o preço maior é o usuário.

A Anac tem ignorado centenas de queixas sobre as más condições de trabalho nas principais companhias aéreas, especialmente na Gol. Como mudar esse quadro?
Vivemos um duopólio no Brasil constituído de duas empresas que detém quase 80% do mercado brasileiro. A Anac, que é responsável por fiscalizar e dar segurança de voo para os usuários, não atua da forma como deve. O sindicato dos pilotos e comissários acusam a Anac de ter ignorado essas queixas e, mesmo assim, a agência não toma providência.

Então o que falta realmente é fiscalização da Anac para proteger os consumidores?
É claro. O usuário é quem mais paga o preço pela incompetência de gestão deste governo. A Anac e a Infraero têm grande responsabilidade nisso. Mas o grande responsável é o Planalto, que fica muito mais preocupado com o poder ao invés de governar.

O ministro da Defesa evitou dar declarações públicas sobre os problemas causados pela Gol aos seus passageiros. Como o senhor vê essa posição?
Foi ele quem mais prometeu solução do problema aéreo no país e nada fez. Os problemas foram se acumulando e hoje estamos novamente diante de uma crise. O ministro não pode fazer nada, a não ser silenciar, porque ele não tem o que falar. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)

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