O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia que para haver um crescimento sustentado no Brasil é preciso investimentos maçicos do governo federal. Segundo reportagem do jornal "Valor Econômico", o coordenador do grupo de análise e previsões do instituto, Roberto Messenberg, alerta que só o consumo interno não terá capacidade de sustentar o avanço da economia brasileira por muito tempo.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal programa federal de infraestrutura, é uma das provas do baixo poder de investimento do governo Lula. Até o dia 2 de agosto, apenas 9,38% dos recursos autorizados (R$ 31 bilhões) para o ano tinham sido efetivamente pagos.
Para o deputado Rogério Marinho (RN), o Ipea está apenas constatando algo que a oposição tem alertado há bastante tempo: o governo Lula não consegue realizar investimentos, o que poderá comprometer o crescimento da economia nacional. O país, acredita Marinho, não conseguirá manter o crescimento sem colocar mais recursos em setores estratégicos como infraestrutura, educação, saúde e segurança.
“O governo não está fazendo a sua parte no sentido de melhorar a infraestrutura do país e reduzir a carga tributária para que possamos ter um ambiente de negócios saudável e crescer de forma consistente”, alerta o tucano.
De acordo com o Ipea, para que a economia cresça, não basta mais que o investimento fique apenas em torno de três vezes em relação ao crescimento anual do PIB. Ou seja, que se utilize apenas entre 18% ou 19% do PIB em setores estratégicos. Esse patamar é considerado baixo, segundo economistas. O ideal, de acordo com o Ipea, seria algo em torno de 23%.
Para Rogério Marinho, o Brasil tem uma das piores taxas de investimento do mundo e, em consequência, possui uma situação crítica em vários setores da economia. "Para os pequenos e médios empresários o crédito não tem chegado. Não há investimentos em infraestrutura e os aeroportos estão engarrafados. Os portos, além de sucateados, têm uma legislação anacrônica e da época de Getúlio Vargas, elevando o custo Brasil e comprometendo nossa competitividade no cenário internacional”, avaliou.
De acordo com o deputado, o Brasil certamente terá um crescimento grande neste ano por causa do consumo interno, mas esse avanço econômico não irá se sustentar. "Para darmos um passo definitivo a médio e longo prazos é preciso ter uma visão estratégica de áreas como educação, saúde e infraestrutura, o que esse governo não tem”, reitera Marinho. (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Eduardo Lacerda)
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