2 de out. de 2009

Irresponsabilidade fiscal

Opção pela gastança resultará no aumento da inflação

Para o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), o crescimento da inflação previsto para o próximo ano é responsabilidade do governo federal, que preferiu inchar os gastos com a máquina pública em vez de fazer os investimentos necessários. Em seu relatório trimestral, o Banco Central admitiu que a gastança do governo deve resultar em alta da inflação no próximo ano, que passaria de 3,9% para 4,4%. Para o tucano, a alta terá impactos no rendimento dos trabalhadores.

Investimentos em baixa - Na avaliação do presidente do Instituto Teotonio Vilela (ITV), essa elevação da inflação representará um entrave para o crescimento do país, provocará elevação de preços e impedirá a redução das diferenças sociais. ”A expansão da inflação nunca é positiva. Esse é o pior de todos os impostos, penalizando com mais força os pobres", lamentou.

Apesar de destacar o impacto que a elevação da inflação poderá trazer para a economia do país, Vellozo acredita que a falta de investimento é a consequência mais danosa do desiquilíbrio fiscal. Conforme apontou, sem investir o governo mantém a deficiência em infraestrutura e, por isso, trava o crescimento econômico e a geração de empregos. “O Brasil não cresce como deveria porque falta o investimento público. E isso só não ocorre em virtude do desperdício de dinheiro público fruto da expansão desenfreada dos gastos”, criticou.

O parlamentar afirmou que o alerta dado pelo BC ao governo com a divulgação das previsões de alta da inflação deveria provocar uma mudança de rumos. “A minha grande preocupação, e de todo o PSDB, é que essa falta de investimentos provoque um entrave para a economia. Com esse alerta do Banco Central, o minimo que se esperava era uma reação do Planalto. Ou seja, perceber que é preciso investir em portos, aeroportos, estradas e infraestrutura em geral", reiterou Vellozo Lucas. O deputado lamentou que essa não parece ser a reação da gestão do PT. "O que vimos, pelo contrário, foi o governo minimizar e até criticar o dignóstico do BC", concluiu.

Os números do Programa de Aceleração do Crescimento vão ao encontro da preocupação do deputado. Até 30 de setembro, dos R$ 21,8 bilhões autorizados no Orçamento de 2009 para o PAC, tinham sido gastos apenas R$ 2,9 bilhões, o que representa 13,4% do total. (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Eduardo Lacerda)

Nenhum comentário: