23 de nov. de 2009

Brasil não ganha nada

Aproximação com Ahmadinejad é erro primário do Itamaraty, alerta Virgílio

O presidente Lula está comprometendo a imagem do Itamaraty ao estabelecer relações privilegiadas com ditadores como Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã. A avaliação é do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), para quem o encontro desta segunda-feira (23) em Brasília entre os dois chefes de Estado não trará qualquer tipo de benefício – seja econômico ou político – ao país.

Desserviço à democracia - "Não consigo vislumbrar qualquer tipo de ganho para o Brasil. Em protesto com a postura de Ahmadinejad, decidi não recepcioná-lo no Senado", afirmou Virgílio, ao se referir às declarações do iraniano negando a existência do holocausto e o direito das mulheres e de homossexuais. Na avaliação do líder do partido, a área internacional do governo Lula está cometendo um erro primário ao pautar as relações externas com base na "amizade" ou no viés "ideológico" em detrimento dos interesses do Brasil.

Virgílio lembrou que o presidente do Irã chamou, recentemente, o presidente Lula de amigo, comportamento semelhante ao adotado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Trata-se de um primarismo de ambas as partes. Em política externa, o que existe são interesses. O presidente Lula não pode se comportar como se estivesse conversando na esquina com amigos", advertiu Virgílio, que é diplomata de carreira formado pelo Instituto Rio Branco.

Opinião semelhante tem o senador Alvaro Dias (PR). Para ele, o presidente Lula está prestando um "desserviço à democracia" ao estabelecer laços de cumplicidade com o presidente Ahmadinejad. Na opinião do parlamentar, a atitude do petista é um desrespeito à luta dos brasileiros pela redemocratização. "Lula está compactuando com um ditador. Uma coisa é manter relações diplomáticas com países de regimes ditatoriais. Outra coisa é recebê-los com honras como o presidente brasileiro está fazendo", advertiu.

Alvaro classificou de "perigosas" as relações firmadas pelo governo Lula e países em que a democracia está fragilizada. "Esse encontro de hoje está repercutindo no mundo todo e sendo rejeitado por aqueles que lutam pelos valores da democracia", completou o senador. (Da redação com Agência Tucana/Fotos: Ag. Senado)

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