23 de nov. de 2009

Entrevista

José Aníbal: propaganda do governo federal não condiz com suas ações

O líder do PSDB, o deputado José Aníbal (SP) avalia, nesta entrevista ao "Jornal da Câmara", que o Brasil nunca teve um governo tão perdulário quanto o atual, que, a seu ver, não sabe plantar, mas apenas colher frutos que outros governos semearam. O parlamentar acentua que a propaganda do governo federal é muito maior que suas ações efetivas.

José Aníbal acusa o governo de não conseguir responder às demandas sociais, “de torrar dinheiro público e não ter compromisso com os aposentados”. O líder também discorda da forma com que se debatem as questões relativas à exploração de petróleo na camada de pré-sal, sobretudo quanto à criação da Petro-Sal, a nova empresa estatal que, alerta, pode se transformar em “cabide de empregos”.

Como o PSDB avalia o governo Lula?
Como se poderia avaliar positivamente um governo que usa a propaganda em detrimento de ações concretas que contribuam para mudar a realidade do País? O que se vê de concreto é que os programas e as ações que o governo tanto propagandeia, no fundo, não andam. O exemplo maior é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que evoluiu apenas 2,4% ao longo do mês de setembro. O orçamento do PAC para 2009 é de R$ 21,8 bilhões, mas o que foi pago até agora representa 12,9% do previsto para este ano. Este governo tem atuado, com toda a sofreguidão, no aumento dos gastos de custeio. O impacto disso é que o Brasil está zerando a sua capacidade de investimento. O governo brasileiro praticamente já não investe. Não se faz infraestrutura, estrada, não se faz ensino técnico e tecnológico para milhões de nossos jovens, se não houver recurso para investir.

Mas o governo alega que o Tribunal de Contas da União (TCU) não deixa as obras do PAC andarem. É verdade?
Isso revela ainda mais a arrogância do governo. É uma balela, porque, das 200 obras em andamento, só nove estão sendo auditadas pelo TCU. O que fica claro é que a gestão atual não assume a responsabilidade pelos seus problemas. Procura sempre alguém para transferir a culpa. Isso aconteceu com o TCU. O governo criticou as restrições feitas às obras do PAC quando, na verdade, era o Executivo quem estava sendo ineficiente na execução das obras que, por culpa do próprio governo, é muito precária. Esse resultado é uma combinação de incompetência e falta de compromisso com a população. O adiamento de obras do PAC é a comprovação de que a propaganda e a ação do governo não se casam. No fundo, o governo Lula não consegue responder às demandas sociais e ainda torra o dinheiro público e não assume compromissos com os trabalhadores e os aposentados.

E o pré-sal? Trará resultados positivos para o Brasil?
Sempre propusemos um debate mais aprofundado dos quatro projetos, o que não deu resultados. Hoje, nossa maior divergência diz respeito à criação da Petro-Sal, que é uma irrelevância diante da discussão do modelo de exploração, que é a questão central. O modelo vigente é melhor porque abriu o setor à participação privada, criou negócios, gerou empregos e elevou a produção de petróleo. A Petro-Sal é uma ideia estatizante e vai ser um cabide de empregos. (Por Luiz Paulo Pieri/Jornal da Câmara - publicada em 23 de novembro)

Um comentário:

Anônimo disse...

Na minha opinião e convicção essa campanha do PT vai terminar como um verdadeiro Palace II (muita areia e pouco cimento) ruindo.