3 de nov. de 2009

CPI

ONG defende delegacias especiais para desaparecidos.
Rituais macabros e violência familiar são possíveis causas de mortes de crianças e adolescentes


“Enquanto não se criarem delegacias especializadas nesse crime e os governos não se sensibilizarem com o tema, os desaparecimentos de crianças e adolescentes não serão sequer catalogados”, afirmou, nesta terça-feira (3), a coordenadora do Movimento Nacional em Defesa da Criança Desaparecida do Paraná, Marília Regina Pombo Marchese, durante audiência pública da CPI do Desaparecimento de Crianças, na Câmara dos Deputados.

Marília Marchese citou a violência familiar, a prostituição e a magia negra como os principais fatores dos desaparecimentos infantis. E sugeriu propostas para reduzir os crimes contra crianças e adolescentes brasileiras. “Poderíamos começar a pensar na criação de um fundo para recompensar quem oferecesse informações precisas sobre crianças desaparecidas. Outra solução seria firmar convênios com as concessionárias de pedágios nas estradas, para divulgação das fotos”, disse.

Pressão - A relatora da CPI, deputada Andreia Zito (RJ), criticou a pouca visibilidade do tema na mídia e a falta de dados oficiais em níveis federal e estadual. “É preciso mobilizar a sociedade e o governo sobre essa questão. O desaparecimento de crianças e adolescentes precisa ser abraçado pela mídia para que as autoridades sejam pressionadas e passem a tratar do tema com a devida atenção”, afirmou.

A CPI encaminhou a todos os estados brasileiros pedidos de informação sobre registros de desaparecimentos de crianças e adolescentes, entretanto dos 27 estados, 11 não enviaram os dados requeridos pela CPI. São eles, Acre, Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Roraima.

A próxima reunião da comissão está marcada para a próxima terça-feira (10), às 14h30. Além de requerimentos, serão ouvidas a delegada de polícia Ana Cláudia Machado, do Sistema de Investigação de Crianças Desaparecidas (SICRIDE), do Paraná, e a secretária de Desenvolvimento Social do DF, Eliana Pedrosa. (Da redação com assessoria da CPI/Foto: Luiz Alves)

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