12 de nov. de 2009

Factóide

Tucanos criticam caráter eleitoreiro da Bolsa-Celular

Parlamentares tucanos criticaram a intenção do governo federal de distribuir cerca de 11 milhões de celulares a beneficiários do Bolsa-Família. O anúncio foi feito na terça-feira (10) pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa.
Deputados e senadores contestam a iniciativa por dois motivos principais: o caráter eleitoreiro da proposta e o fato de 78% da população brasileira já possuírem o aparelho, índice acima da média mundial (60%), segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Cadê a inclusão digital? - Segundo a proposta, os assistidos pelo programa receberiam o telefone e teriam direito a R$ 7 de crédito mensal. As empresas do setor seriam parceiras do governo, ficando isentas de recolher o Fistel, um fundo que arrecada R$ 2 bilhões por ano.

“É muito estranho o governo anunciar um projeto desses um ano antes das eleições. O programa não irá acrescentar nada a ninguém, porque mesmo as pessoas mais humildes já tem celular. O foco dessa medida é eleitoreiro. Trata-se de factóide do Planalto”, criticou o deputado Bruno Rodrigues (PE).

Para ele, o governo deveria lançar programas reais de inclusão digital, como possibilitar o uso da internet pela população mais carente e de regiões longínquas. “Essa é mera tentativa de conquistar votos e de alavancar a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. Isso é só o começo de uma série de iniciativas nesse sentido”, alertou.

Inflar o nome de Dilma - O 1º vice-líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), também contestou a proposta do governo. Segundo ele, se a gestão petista quisesse resolver problemas de interesse nacional, gastaria mais tempo com obras e investimentos. "Um país não vive só de comunicação. É preciso arregaçar as mangas com responsabilidade e trabalho duro. O programa segue a mesma lógica do 'Minha Casa, Minha Vida' e do PAC: propaganda mentirosa. Em um Brasil onde mais de 10 milhões de brasileiros ainda passam fome, é até uma ofensa falar em Bolsa-Celular", criticou

No senado, o líder tucano Arthur Virgílio (AM) pediu na Comissão de Serviços de Infraestrutura que o ministro Hélio Costa seja convidado para participar de audiência pública destinada a esclarecer a intenção do governo de distribuir esses telefones. O parlamentar quer saber especialmente que repercussão essa distribuição teria para a sociedade e para os cofres da União.

No Senado, Mário Couto (PA) afirmou, em plenário, que o objetivo do programa é simplesmente “inflar a candidatura de Dilma”. O tucano criticou ainda o descaso federal com áreas como transporte, segurança, saúde e educação. Para ele, a gestão Lula não assegura condições adequadas à população. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Du Lacerda)

Um comentário:

Anônimo disse...

Pô, isso é brincadeira né... só pode ser. Olha, esse tipo de informação deve ser divulgado de forma mais veemente, inclusive no boca-a-boca, não da pra pagar mais uma conta dessas.