18 de dez. de 2009

Dados preocupantes

Papaléo Paes alerta para carências na infraestrutura do país

Ao apontar em discurso os problemas que o Brasil enfrenta no setor de infraestrutura, o senador Papaléo Paes (AP) perguntou como um país pode crescer se sua administração pública não oferece as condições necessárias para tanto.

Muita propaganda e pouca ação - O tucano citou dados que mostram a baixa execução orçamentária dos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento e lamentou que haja "muita propaganda e pouca ação" no governo do presidente Lula da Silva em uma área em que o país é tão carente. Segundo estudo da assessoria da Liderança do PSDB na Câmara, o Planalto executou menos de 25% do orçamento do PAC neste ano.

O parlamentar lembrou ainda o apagão no setor elétrico, que deixou sem energia dois terços dos estados, dizendo que é fácil colocar a culpa em eventos climáticos, como fez o Planalto.

Outro setor "que não merece a confiança dos brasileiros", disse o tucano, é o aeroportuário. Ele lembrou a pane geral ocorrida entre 2006 e 2007 no transporte aéreo e alertou para o que pode ocorrer na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016, quando o setor será exigido muito além do normal. Embora a Infraero tenha anunciado investimento de R$ 7 bilhões em 16 aeroportos, Papaléo assinalou que o governo "promete investir, mas descumpre o orçamento por ele mesmo elaborado".

Papaléo citou artigo do economista Alex Ricciardi, na revista "Imprensa" de agosto deste ano, com o título "Sinal vermelho". No texto, afirma que a situação dos transportes no Brasil - seja em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos - é preocupante. No artigo, Ricciardi afirma que os transportes "sofrem com a incapacidade do poder público de organizar, projetar, investir e executar obras que beneficiem o setor".

Papaléo lamentou ainda que a construção de estradas esteja virando uma disputa com os defensores do meio ambiente. Segundo ele, alguns estados são um canteiro de obras paralisadas por questões de impacto ambiental. Ele criticou o Ibama por bloquear obras necessárias em seu estado, o Amapá, justamente um dos que tem sua cobertura florestal preservada em praticamente 100%.

"Esse é um fator que deveria ser ponderado nos processos de licença ambiental para a construção de rodovias ou ferrovias", cobrou. Papaléo também defendeu o desenvolvimento do transporte hidroviário, "três vezes mais barato do que o ferroviário". (Da redação com Ag. Senado/Foto: Ag. Senado)

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