24 de fev. de 2010

Desrespeito ao Congresso

Oposição protesta contra manobra da base aliada para Dilma não ir ao Senado

Uma manobra da base governista impediu que a candidata do PT à Presidência da República, ministra Dilma Rousseff, dê explicações sobre o Plano de Direitos Humanos no Congresso. A convocação da candidata havia sido aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no último dia 10. No entanto, nesta quarta-feira (24) os governistas aprovaram a substituição da chefe da Casa Civil pelo secretário de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi.

Ministra frágil - “Que pessoa frágil é essa, que não pode debater conosco, dar explicações ao Congresso e ao país?”, questionou o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), durante a sessão da comissão. O parlamentar condenou a manobra liderada pelo senador Romero Jucá (RR), que apresentou requerimento pedindo a substituição. “Como uma pessoa que pretende disputar a Presidência da República começa por dizer não à convocação soberana da mais tradicional comissão do Senado?”, indagou o líder tucano.

O senador Tasso Jereissati (CE) também reagiu, ao cobrar da ministra explicações sobre as razões para não comparecer ao Senado. “Por que não vir a esta Casa? Que pessoa é essa que não pode dialogar?”, perguntou.

Na avaliação de Virgílio, a manobra dos governistas mostrou que a alegação de que ministra não deveria atender à convocação por não estar ligada a ela a questão do PNDH-3 é uma mais falácia do governo. Para ele, Dilma tem responsabilidade sobre o plano, uma vez que a Secretaria de Direitos Humanos está vinculada à Presidência da República, sendo a Casa Civil responsável por todos os assuntos da Presidência.

Ante a mobilização da base aliada, o PSDB decidiu deixar a sessão. O DEM fez o mesmo. Virgílio anunciou que o partido deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, o que os governistas estão criando no Senado é a figura da “desvotação”.

O senador Alvaro Dias (PR) também criticou a estratégia governista. "Imaginem se o STF decidir que a ministra deve vir. Será a desmoralização completa dessa comissão. Neste caso, cabe sim o debate político. O que temem a ministra Dilma e o presidente Lula? Ao apagar das luzes do ano passado o governo tomou medidas que contrariam do campo às cidades e agora não quer dar explicações?", questionou.

Virgílio disse não entender essa preocupação em evitar que a ministra Dilma compareça ao Congresso. “Foi assim no caso do PAC e no caso das declarações da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira. Foi preciso uma batalha campal para ela falar na CPI dos Cartões Corporativos. A ministra fala pelo Brasil afora, mas se recusa a dialogar conosco”, criticou. (Da Agência Tucana com assessoria dos senadores)

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