22 de fev. de 2010

Discurso mentiroso

Tucanos condenam falsidades de Dilma em congresso do PT

Parlamentares tucanos criticaram nesta segunda-feira (22) o discurso feito pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) durante lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República. Festejada no último sábado pelos correligionários no 4º congresso do PT, Dilma aproveitou para atacar a oposição. Para os tucanos, ela mentiu ao se referir às privatizações e ao negar as contribuições deixadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso.

Tática antiga - As referências à venda de estatais, um clichê já usado por Lula em campanhas anteriores, voltaram com força na fala da ministra. Segundo Dilma, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Petrobras só não teriam sido passadas para o controle da iniciativa privada porque o governo do PSDB “não conseguiu”. O ataque é um desrespeito à história, já que o partido em nenhum momento cogitou privatizar essas estatais.


“A tática da mentira é antiga e representa algo quase terrorista para intimidar a oposição e assustar a população. A área de telecomunicações cresceu muito após a privatização e as mudanças constitucionais que adotamos. Já eles não fizeram simplesmente nada”, comparou o deputado Vanderlei Macris (SP).

No entendimento do senador Alvaro Dias (PR), o congresso do PT foi um "espetáculo eleitoral" que afrontou a legislação em vigor. O tucano foi outro que lamentou as mentiras evidenciadas na fala da ministra. "Como boa aluna do mestre Lula, ela usa a mentira como arma essencial para a busca de popularidade. Ignorar os feitos anteriores é desonestidade intelectual", disse.

Já o "Estado forte" defendido pela petista foi visto pelos tucanos como um sinônimo de governo autoritário, autor de medidas polêmicas como o texto do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), editado em janeiro último.

“O PT prega o fortalecimento do Estado: leia-se aumento da burocracia e das sinecuras oficiais, da carga tributária e do corporativismo. É uma nova candidata com o discurso velho. O mote é o estatismo e o nacionalismo xenófobo da época da ditadura militar”, ressaltou o deputado Rogério Marinho (RN) em seu Twitter.
Os parlamentares também condenaram a troca de uma palavra no discurso da ministra: ao invés de falar em “reconstituir o Estado”, ela arrematou um “reaparelhar o Estado”. Ou seja, um sinal de que a máquina inchada não deve diminuir em caso de vitória do PT. O pior sinal, na visão de Macris, é a disposição do partido de Lula de continuar vendendo ilusões.

“Eles usaram e abusaram durante sete anos da propaganda e da mídia sem a correspondência da verdade. Vários projetos e ações foram anunciados e não saíram do papel, como o PAC. O governo Lula vive iludindo a população brasileira em relação a um monte de projetos que não vão adiante. E esse discurso foi apenas mais dentro dessa linha adotada pelo Planalto”, concluiu. (Reportagem: Rafael Secunho/Fotos: Eduardo Lacerda)

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