22 de fev. de 2010

Perigo

Tripoli cobra de ministério informações sobre única mina de urânio do país

O deputado Ricardo Tripoli (SP) apresentou requerimento de informação a ser encaminhado ao Ministério de Ciência e Tecnologia pedindo informações sobre a única mina de urânio em atividade no país, situada em Caetité (BA). E de lá que sai a matéria-prima para o combustível das usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ).

Vazamento - O requerimento tem por objetivo esclarecer por que a prefeitura lacrou, em três meses, nove poços artesianos próximos à unidade da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Segundo reportagem do jornal "Folha de S. Paulo", os poços foram fechados por causa do alto índice de radioatividade. “Quais os níveis de material radioativo que essa mina de urânio emite? Qual é o limite legal de radioatividade permitida?”, questionou o deputado.

Constatado o vazamento de urânio na mina, o tucano pergunta ainda se não seria adequado suspender as atividades na unidade de Caetité, haja vista que de lá saem 400 toneladas por ano de concentrado de urânio. “O município vive uma guerra de informação, que prejudica produtores, atemoriza parte da população de 46 mil habitantes e põe em xeque a retomada do programa nuclear brasileiro pelo governo federal”, alertou.

Tripoli também chamou a atenção para os registros de Caetité, onde uma a cada três mortes ocorre por um mal desconhecido. “Isso causa medo e revolta no município baiano. Desde a interdição do poço, a prefeitura distribui água apenas para beber e cozinhar. Os animais não podem beber e as plantas não podem ser aguadas. Após a interdição dos poços por causa do urânio, a disputa por água aumentou na região, onde ela já era escassa”, ressaltou.

Estudo contratado pela estatal INB cita a ocorrência de tumores e malformações congênitas como doenças que podem ser relacionadas com a exposição à radioatividade.
"São inúmeros os pedidos de carros-pipa. E o problema da região pode se agravar, porque a maior parte dos 50 poços existentes no entorno da mina de urânio ainda não teve os índices de radiação avaliados pelo instituto responsável pelas águas da Bahia", afirmou Tripoli. Para ele, naquela região não deveria haver poço artesiano por conta da existência do urânio natural. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)

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