Os deputados Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES) e Luiz Carlos Hauly (PR) voltaram a criticar nesta sexta-feira (19) a falta de ações efetivas do governo federal para reduzir a carga tributária brasileira, que figura entre as mais altas do mundo. Para este ano, as perspectivas são preocupantes, já que há tendência de novo aumento na arrecadação. Ainda segundo os tucanos, não há perspectiva de qualquer mudança patrocinada pelo Planalto que leve a uma redução consistente da carga.

Apesar de os números oficiais só serem divulgados no dia 11 de março, estima-se que a carga tributária em 2009 alcançou 35,2% do PIB, ante 35,8% em 2008. Com a economia em recessão, a arrecadação também caiu no ano passado, reflexo da diminuição dos lucros nas empresas e também de outros fatores, como aumento da inadimplência. Além disso, para atenuar os efeitos da crise, o governo reduziu temporariamente o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de automóveis, eletrodomésticos da linha branca (geladeiras e fogões) e móveis.
No entanto, para 2010 nenhuma medida dessa natureza deve ser adotada e tampouco o Planalto dá sinais de mudança na política de impostos, o que leva os tucanos a apontarem para novo aumento na arrecadação. “A carga tributária no Brasil é abusiva e reduzi-la não é intenção deste governo”, criticou Vellozo Lucas.
Para o deputado, ao mesmo tempo em que o governo aumenta os impostos, eleva também suas despesas. “O Planalto gasta muito e não faz o menor esforço para reduzir os impostos. Isso só ocorreu levemente no último ano devido a medidas desesperadas tomadas para conter os efeitos da crise. A verdade é que temos um Estado que sofre de obesidade mórbida e essa cobrança excessiva de tributos pesa principalmente sobre os mais pobres”, apontou. O deputado afirma que, apesar dos impostos elevados, o retorno para a população é muito aquém do ideal.

Para o tucano, o governo está produzindo uma herança maldita para seu sucessor. “O PT herdou o Plano Real e uma economia estabilizada, mas deixará para seu sucessor uma herança maldita, de carga tributária elevada e de gastos excessivos”, criticou. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Eduardo Lacerda e Ag. Câmara)
Nenhum comentário:
Postar um comentário