Alvaro: governo mistifica dados e usa a manipulação para conquistar popularidade
O senador Alvaro Dias (PR) rebateu números apresentados pelo presidente Lula nos últimos meses sobre políticas públicas do governo. O tucano acusou o Planalto de "mistificação de dados" e de usar "a mentira e a manipulação" como estratégia para "angariar popularidade". O parlamentar leu da tribuna trecho de matéria da "Folha de S. Paulo" assinada pelo jornalista Gustavo Patu que, segundo disse, sintetiza "com propriedade a tendência à mistificação do PT".
Sociedade precisa ficar atenta - Em seu pronunciamento, Alvaro Dias disse que a sociedade deveria estar atenta ao uso eleitoral que o governo faz da chamada "propaganda subliminar". Na sua avaliação, as consequências dessa propaganda são devastadoras, pois levam as pessoas a acreditarem em "verdades plantadas" como se fossem realidade.
"Temos de denunciar essa falta de respeito com a população. É um ano eleitoral, e nós temos de encontrar, nas janelas das mentiras, algumas verdades", propôs.
Alvaro criticou discurso recente de Lula em que o presidente teria afirmado que, torneiro mecânico, foi quem mais criou universidades no país. "Essa afirmação é emblemática e demonstra o uso recorrente de números de consistência duvidosa. Das 13 universidades contabilizadas como novas pelo presidente da República, nove são mero resultado de fusão, desmembramento ou ampliação de instituições federais de ensino superior, inauguradas anteriormente", explicou.
O tucano também rebateu a informação de que o governo Lula foi o que mais investiu em saneamento. Conforme o senador, os gastos efetivos do governo são "muito inferiores" ao definido no Orçamento da União e não ultrapassam 0,23% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2001.
O parlamentar condenou ainda o excesso de expectativa criada nas famílias brasileiras de baixa renda com o anúncio do programa habitacional do governo "Minha Casa, Minha Vida", destinado à faixa populacional de zero a dez salários mínimos. Além de ter entregado somente 247 mil unidades de um milhão prometidas, disse, o governo teria focado o programa na população com renda acima de três salários mínimos, quando 90% do déficit habitacional do país atinge famílias abaixo desta faixa.
Alvaro Dias voltou censurar o governo pela inconsistência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pela falta de investimentos em logística e infraestrutura. Segundo o senador, enquanto seriam necessários US$ 30 bilhões para colocar o Brasil na rota do crescimento econômico, o governo Lula não teria chegado à metade desse total. O senador disse ainda que o Brasil só não sofreu um "apagão logístico" porque não cresceu a taxas semelhantes aos demais países emergentes antes da crise econômica mundial de 2008. (Da redação com Agência Senado/Foto: Ag. Senado)
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19 de fev. de 2010
Manipulação
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