O deputado Renato Amary (SP) condenou nesta terça-feira (9) a tentativa do PT de ampliar a influência do partido sobre a política externa brasileira por meio da criação de um conselho oficial voltado ao tema. O colegiado funcionaria paralelamente ao Ministério de Relações Exteriores e seria composto por ONGs, sindicatos e movimentos sociais - redutos tradicionais da militância petista.
Cortar pela raiz - “Trata-se de algo absolutamente inoportuno e desnecessário", avaliou o tucano, que integrou a Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Para ele, esse conselho serviria apenas como mais um espaço para aparelhamento, dessa vez voltado para a área internacional. “O Itamaraty já representa o Brasil nas relações com os demais países. Um órgão com poderes paralelos pode trazer conflitos internos, inclusive com decisões no Ministério das Relações Exteriores”, alertou o deputado.
A proposta de criação do grupo é um dos itens do documento intitulado “A política internacional do PT”, que será votado no VI Congresso Nacional da legenda, entre os dias 18 e 21. Ainda segundo o texto, cabe ao PT acompanhar a política externa de Lula, “defendendo-a dos ataques da oposição de direita”. O partido também elogia os controversos governos de Cuba e Venezuela e prega a intervenção do PT na política de países vizinhos.
A sugestão de abertura do conselho foi contestada também por diplomatas, acadêmicos e até por petistas. Em entrevista ao jornal “O Globo” publicada nesta terça-feira, o embaixador Rubens Barbosa, ex-chefe de missões brasileiras em Londres e Washington, disse que esse grupo representaria uma interferência indevida na diplomacia. “É uma ideia exótica, que não existe em lugar algum do mundo e deve ser cortada pela raiz. A política externa deve servir ao Estado, não ao partido que está no poder”, reforçou. (Reportagem: Alessandra Galvão com informações do jornal “O Globo”/ Foto: Ag. Câmara)
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