9 de fev. de 2010

Imposição zero

Kaefer questiona falta de contrapartidas ao Brasil em negócios internacionais

O deputado Alfredo Kaefer (PR) questionou nesta terça-feira (9) a condução de negócios internacionais por parte do governo brasileiro. Segundo ele, o país não está obtendo as contrapartidas capazes de proporcionar benefícios internos. “O governo brasileiro vai gastar aproximadamente R$ 10 bilhões para comprar da França os caças Rafale, mas qual é a contrapartida? O que os franceses comprarão do Brasil?”, perguntou o tucano.

Fraqueza do Itamaraty - De acordo com parlamentar, esse não é o primeiro equívoco do governo brasileiro. Ele também condenou o acordo que estabeleceu novas regras para a comercialização da cota paraguaia da energia produzida por Itaipu. Pelo acerto, o Brasil pagará US$ 240 milhões a mais ao Paraguai sem exigir contrapartidas.

“No mínimo deveríamos ter cobrado o fim da legalização dos carros roubados no Brasil, maior fiscalização do contrabando na fronteira e proteção aos brasileiros que produzem no país vizinho. Mas nada disso foi feito”, protestou Kaefer. O deputado aguarda a convocação de uma audiência pública na Câmara para debater o assunto com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e com o presidente da Itaipu, Jorge Samek.

Para o tucano, esses fatos mostram que a política de relações exteriores do Brasil é pífia e não se impõe diante de acordos internacionais nos quais o país sempre fica em desvantagem. “Não é segredo pra ninguém que os carros roubados no Brasil são legalizados sem dificuldades no Paraguai. Também não é segredo que grande parte das drogas e armas que alimentam o crime organizado no Brasil entra pela fronteira paraguaia. E esses temas não foram sequer discutidos na negociação”, lembra o deputado.

No caso da compra dos aviões franceses, Kaefer lembra que trata-se de uma decisão política do presidente da República, que inclusive contrariou as recomendações da FAB. Segundo os militares brasileiros, os aviões suecos são mais adequados. “Espera-se ao menos que essa decisão se reverta em benefício da nossa economia, com a França comprando produtos brasileiros e, assim, impulsionando o nosso parque industrial”, enfatiza. (Da redação com assessoria/Foto: Eduardo Lacerda)

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