O líder da Minoria no Congresso, deputado Otavio Leite (RJ), demonstrou nesta sexta-feira (12) preocupação com o aumento do tráfego aéreo em todo o país, anunciado esta semana pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo dados da agência, a demanda por voos domésticos no mês de janeiro cresceu 31,6% em comparação ao mesmo período de 2009. Além disso, os voos internacionais realizados por companhias brasileiras cresceram 13,07%.
Alerta já foi feito antes - Os números até seriam positivos, mas esbarram nos problemas de infraestrutura presentes na maioria dos aeroportos brasileiros. Grande parte deles já opera com um número de passageiros superior a sua capacidade: o de Brasília, por exemplo, que suporta até 10 milhões de passageiros, recebe 11,6 milhões. O de Congonhas, com 12 milhões de capacidade, já recebe 13 milhões de passageiros/ano. O problema torna-se mais preocupante em virtude da proximidade da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, que exigem pesados investimentos nos terminais.
“Esse quadro é muito preocupante porque a falta de infraestrutura não é um problema novo, mas um drama já diagnosticado há muito tempo. Não custa lembrar a iniciativa do PSDB em ter proposto a CPI do Apagão Aéreo, na qual constatamos que a infraestrutura aeroportuária brasileira estava em situação muito precária. Faltam investimentos nos terminais e o Planalto é muito leniente”, apontou Leite.
Segundo a Anac, desde julho de 2009 o setor tem apresentado crescimento expressivo no mercado doméstico, com alta de 22% em agosto, 30% em setembro, 42% em outubro, 38% em novembro e 37,7% em dezembro do ano passado. A demanda é calculada pelo índice de passageiros por quilômetro pago transportado. Nos voos domésticos de janeiro deste ano o índice foi de 6,4 milhões ante 4,9 milhões no mesmo mês do ano passado.
De acordo com o deputado, o governo peca ao não investir na Infraero e ao mesmo tempo criar dificuldades para a privatização dos aeroportos. Além disso, dezenas de obras em terminais de todo o país encontram-se paralisadas por conta de problemas em licitações e erros no serviço. A maior vítima é o passageiro, que sofre com a falta de segurança e conforto ao viajar de avião.
“O governo titubeia, pois nem aperfeiçoa o modelo estatal nem tampouco tem a coragem de implantar um modelo de gestão privada. Essa inércia provoca o que estamos assistindo: a demanda cresce, o que é natural e previsível, e o caos nos é cada vez maior, como já estamos acostumados”, conclui o tucano. (Reportagem: Rafael Secunho/Foto: Ag. Câmara)
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