A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, terá que esclarecer à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara (CFFC) a contratação milionária de instituto para a realização de pesquisas durante a campanha eleitoral, conforme anunciado pelo jornal "Folha de S. Paulo" na última terça-feira (9).
Dúvidas no ar - Nesta quarta-feira (10), a CFFC aprovou requerimento do deputado Vanderlei Macris (SP) convidando a ministra para participar de audiência na comissão. O tucano criticou a tentativa de deputados governistas de minimizarem o caso e considerou fundamental o comparecimento de Nilcéia para esclarecer a real intenção desse levantamento, que tem custo previsto de R$ 1 milhão.
“É no mínimo uma afronta contratar um instituto para, durante a campanha eleitoral, realizar pesquisas, monitorar o comportamento da mídia e analisar debates entre candidatos. Trata-se da utilização da máquina pública por puro interesse eleitoral. As próprias mulheres devem ser as primeiras a ficarem contra isso”, condenou.
Durante a votação do requerimento, que originalmente pedia a convocação da ministra, deputados petistas alegaram que a notícia da Folha era insuficiente para embasar a convocação de Nilcéia. No entanto, o deputado do PSDB considera fundamental a realização dessa a audiência para esclarecer as dúvidas sobre a pesquisa milionária antes que ela comece a ser feita.
"Com isso, queremos evitar a utilização da máquina pública no processo eleitoral, algo que parece estar bem claro por trás dessas pesquisas. A ministra precisará provar que o levantamento não tem caráter eleitoreiro e será importante para as mulheres e para o trabalho da secretaria”, reiterou.
Para o deputado Silvio Torres (SP), a Folha deixou clara a pretensão de se utilizar recursos públicos para fins eleitorais. “Por esse motivo, é importante sim que a ministra venha esclarecer os motivos que a levaram a anunciar essas pesquisas. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres é uma conquista de todas as brasileiras, e essa imagem precisa ser preservada", alegou. Segundo ele, a audiência é fundamental para que os parlamantares conheçam melhor a pesquisa, preservem a imagem da pasta e, se for caso, realmente impedir o uso desse recurso para finalidades eleitorais.
O presidente da comissão, deputado Nelson Bornier (PMDB-RJ), deve negociar nos próximos dias uma data para que a ministra seja ouvida pelos parlamentares. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Eduardo Lacerda)
Nenhum comentário:
Postar um comentário