9 de mar. de 2010

Desigualdade persiste

Tucanas defendem mais participação das mulheres na vida pública

Durante a sessão solene do Congresso Nacional em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8 de março) realizada nesta terça-feira (9) no plenário do Senado, parlamentares do PSDB defenderam o fortalecimento da participação feminina na política. Segundo elas, as desigualdades com os homens ainda persistem em vários setores da sociedade, e na vida pública não é diferente. Mas as tucanas acreditam que as mulheres estão preparadas e têm um potencial transformador que não pode ser ignorado.

Fazer uma política diferente - Para a senadora Marisa Serrano (MS), essa maior inserção pode provocar, inclusive, formas diferenciadas de se fazer política. “Duvido que alguma mulher se orgulhe do que estamos vendo atualmente no Brasil. Queremos chegar no poder para transformar o poder. Dessa forma, faremos um país diferente”, ressaltou, ao alertar que a política de cotas nos partidos não foi eficaz para atrair lideranças femininas para a vida pública.

Em seu discurso, Marisa afirmou que os homens são hoje os protagonistas do jogo político e que as mulheres precisam criar uma nova forma de agir. A 1ª vice-presidente nacional do PSDB também reprovou determinados comportamentos de fazer política baseados em alianças questionáveis ou posturas éticas que se moldam apenas às circunstâncias. Para ela, isso se distancia dos ideais que marcam a presença da mulher ao longo da história da humanidade.

A tucana citou Ruth Cardoso, morta em junho de 2008, como exemplo de mulher que fez uma política diferenciada. “Ela comandou uma mudança no país e mostrou como é possível trabalhar as minorias, fazer homens, mulheres e jovens terem uma vida melhor, além de mostrar com seu trabalho e luta empreendedora uma verdadeira diferença. Esse é o tipo de mulher que nós queremos”, apontou, ao se referir à idealizadora do "Comunidade Solidária".

Apesar de lembrar que há duas pré-candidatas à Presidência da República, Marisa acredita que a escolha dos eleitores não deva se pautar por questões de gênero, raça ou nível social. Segundo ela, o importante é avaliar quem trará as melhores propostas para o país.

Para a deputada Professora Raquel Teixeira (GO), ainda é preciso percorrer um vasto caminho para que as mulheres se destaquem mais na sociedade. Segundo a tucana, no século passado as universidades e o mercado de trabalho se abriram para elas, mas os poderes financeiro e político continuam concentrados nos homens. "Na Câmara, as mulheres só representam 8% do total. Temos que avançar na conquista de cargos políticos e ter consciência de que temos preparo para isso”, defendeu.

Além de Ruth Cardoso, a deputada também citou Zilda Arns como exemplo de mulher. “Elas mostraram que liderança, carisma e competência técnica pode ser uma amostra do que a sociedade organizada pode fazer. Temos a confiança de que, seja em cargos parlamentares ou executivos, as mulheres estão preparadas para ter mais destaque na vida pública”, apontou Raquel.

Além dos discursos, na sessão solene houve a entrega da 9ª edição do diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz a sete mulheres que se destacaram em suas áreas de atuação. Para a senadora Lúcia Vânia (GO), as homenageadas também são referência. “Tenho a honra de poder integrar a bancada feminina no Senado. Sempre vamos lutar a favor das questões voltadas para as mulheres para buscarmos as conquistas desejadas”, ressaltou.

As premiadas foram: Leci Brandão, Maria Augusta Tibiriça Miranda, Cleuza Pereira do Nacimento, Andréa Maciel Pachá, Clara Perelberg Steinberg e Maria Lygia de Borges Garcia (homenagem especial). Além delas, também foi premiada Fani Lerner (in memoriam), representada pela sua filha, Ilana Lerner. (veja perfis AQUI)

A deputada Rita Camata (ES), por sua vez, disse que houve grandes avanços no reconhecimento da mulher brasileira no mercado de trabalho, mas afirmou que a realidade ainda precisa melhorar. Ela voltou a defender a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) relatada por ela que amplia a licença-maternidade para 180 dias. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Eduardo Lacerda)

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