9 de mar. de 2010

Escândalo Bancoop

Alvaro Dias pede vinda de promotor ao Senado e auditoria em fundos de pensão


O senador Alvaro Dias (PR) anunciou a apresentação de requerimento na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para que o promotor encarregado do caso Bancoop, José Carlos Blat, fale sobre as investigações feitas nos últimos três anos pelo Ministério Público. O tucano também quer que o Tribunal de Contas da União (TCU) realize auditorias em fundos de pensão que repassaram recursos à Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo.

Desfaçatez de Dilma - Da tribuna, o tucano afirmou ainda que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, teve a "desfaçatez" de tentar desqualificar a denúncia feita pelo MP sobre o suposto desvio de R$ 100 milhões da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, dizendo que se tratava de "sujeira de campanha". "O promotor não está irresponsavelmente fazendo acusações como se fossem palavras soltas ao vento. Está apresentando o roteiro da corrupção, o itinerário da corrupção, com provas documentais em razão da quebra do sigilo bancário desta cooperativa", afirmou.

Para ele, é fundamental que o TCU realize auditorias nos fundos de pensão Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), Fundação dos Economiários Federais (Funcep) e Fundação Petrobrás de Seguridade Social (Petros), que destinaram verbas à Bancoop. Há suspeita de que o dinheiro acabou desviado. "É responsabilidade do Senado fiscalizar a aplicação dos recursos dos fundos de pensão. Mas o PSDB quer sugerir também convite às famílias lesadas. Temos o dever de ouvi-las aqui", reiterou.

Assalto às famílias - Segundo Alvaro Dias, há uma indignação diante do "assalto ao dinheiro de famílias assalariadas que sonharam ter sua moradia e viram os recursos que conseguiram economizar sendo aplicados na campanha eleitoral de Lula ou enriquecendo outros mais próximos do presidente do PT."

O parlamentar assinalou que a Bancoop foi abastecida com recursos públicos oriundos dos fundos de pensão administrados pelo PT. Ele disse que basta verificar quem são esses dirigentes para confirmar que todos são ligados ao presidente Lula. O senador ainda observou que, desde ontem, os petistas desapareceram do Plenário e não foi possível estabelecer o contraditório. "O Senado não pode ficar omisso ou ser conivente com essa prática corrupta", afirmou.

Mutuários lesados - Na Câmara, o deputado Ricardo Tripoli (SP)
manifestou estranheza com a cobrança de uma taxa de mutuários que já quitaram sua dívida com a Bancoop para a cooperativa tentar superar problemas com outros empreendimentos. Segundo ele, isso ocorreu apesar de não terem sido entregues os apartamentos aos contratantes em mais de 10 edifícios. "Ou houve má-fé ou má gestão pública", avaliou.

Da tribuna, ele cobrou apuração dos fatos. "Algo deve ser feito. Não dá para imaginar que a propaganda tenha sido enganosa, porque na verdade é do sindicato dos bancários. A possibilidade de aquisição dos imóveis começou restrita ao sindicato e depois foi estendida a outros. O contrato não foi cumprido pura e simplesmente, e essa é a verdade", afirmou. Para ele, não há dúvida de que pessoas foram lesadas em São Paulo por terem sido enganadas em contratos de compra e venda.

CPI em SP - Também nesta terça-feira, o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), deputado Barros Munhoz (PSDB), assinou um documento para a instalação da CPI da Bancoop. A comissão, pedida em requerimento de outubro de 2008 pelo deputado Samuel Moreira, líder do PSDB na Casa, investigará as denúncias de existência de esquema de desvio de dinheiro da cooperativa para campanhas eleitorais do PT. (Da redação com Ag. Senado/Foto: Waldemir Rodrigues)

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