2 de mar. de 2010

Publicidade danosa

Em seminário, Hauly defende fim da propaganda de cigarro no Brasil


A indústria do tabaco criou mecanismos de propaganda e marketing para burlar a lei que restringe a publicidade de cigarros no Brasil, em vigor desde 2000. Ao invés de investir na mídia convencional, o foco agora é a modernização e ampliação dos displays (mostruários) nos pontos de venda do produto, seja em padaria, supermercados ou banca de jornal e na própria embalagem, que ganhou novas cores e desenhos.

Fumo mata - Para debater o fim dessa publicidade e avaliar os danos que ela provoca, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) participou nesta terça-feira (2), na Câmara dos Deputados, do seminário “Diga não à propaganda do cigarro!”, promovido pela Aliança de Controle do Tabagismo. Entre as frases presentes em cartazes que ilustravam o seminário, estavam: "Um produto que mata metade dos seus consumidores regulares não pode ser promovido desta maneira".


No encontro, Hauly citou artigo do médico Dráuzio Varela no qual ele sugere que o país siga o exemplo norte-americano de proibir o uso das palavaras ‘light’ e ‘ultralight’ nos maços de cigarros. Drauzio escreveu: “Estamos falando de organizações inescrupulosas que há quarenta anos a fizeram com a intenção malévola de conquistar o público feminino e os adolescentes e de dar aos homens que já fumavam a impressão de que concentrações menores de alcatrão e nicotina causariam menos câncer e doenças pulmonares”.

Hauly sugeriu a formação de uma comissão especial para compilar todos os projetos relacionados ao tema e a realização de audiência pública para avaliar a implementação da Convenção Quadro no Brasil e a busca de erradicar a produção de tabaco no Brasil, já que hoje o fumo é responsável por 2% da pauta de exportação nacional. Segundo o IBGE, o país possui 30 milhões de fumantes, dos quais 3 milhões são jovens entre 15 e 19 anos.

“Travamos uma luta quase quixotesca, mas vamos unir esforços e participar”, afirmou Hauly. A legislação em vigor já barra completamente a propaganda de cigarro dos veículos de comunicação de massa, bem como de outdoors, placas e cartazes luminosos.

Participaram do seminário representantes da Aliança de Controle ao Tabagismo (ACT); da Organização Panamericana de Saúde (OPAS); do Instituto Nacional do Câncer (INCA); e a diretora de políticas da Non-Smokers Rights Association, Melodie Tilson, que falou sobre a experiência exitosa do Canadá de coibir qualquer tipo de publicidade de cigarros. (Da redação com assessoria do deputadp/ Foto: Ag. Câmara)

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