18 de mai. de 2010

Infraestrutura em frangalhos

Ipea aponta falta de investimentos do governo em portos, alerta Fruet

O líder da Minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), chamou atenção nesta terça-feira (18) para estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrando que as obras incluídas nos Programas de Aceleração do Crescimento (PAC) 1 e 2 são insuficientes para melhorar os portos brasileiros. Em discurso, o tucano apontou deficiências do PAC e frisou que não se trata de uma crítica da oposição, mas algo constatado por uma fundação ligada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

“É preciso parar com essa tendência de desqualificar alguma crítica ao governo porque ela tem origem na oposição. Os dados são do Ipea e geram preocupação diante da deficiência de infraestrutura e de investimentos no Brasil”, lembrou.

O estudo divulgado nesta segunda-feira (17) prevê que seriam necessários investimentos de R$ 42 bilhões para 265 obras importantes no setor portuário. No entanto, os PACs 1 e 2 representam juntos somente R$ 15 bilhões. A solução recomendada pelo Ipea é “aumentar investimentos e executá-los de acordo com um cronograma determinado”.

O tucano destacou também que além dos problemas relacionados à infraestrutura, o Ipea constatou dificuldades burocráticas e de gestão que retardam o funcionamento e prejudicam a eficiência do modal portuário. “Há uma distância grande entre o discurso do PAC 1 e 2 com a sua efetiva execução, conforme mostra o Ipea. Além disso, é preciso adotar uma série de mudanças para que o país não enfrente um colapso do sistema portuário nos próximos anos”, avisou.

Fruet disse ainda que o Brasil terá uma boa oportunidade, por exemplo, de cobrar investimentos dos Estados Unidos, país que será visitado nesta quarta-feira pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. “Não queremos que o Brasil se agache. Esperamos que este governo, ao ser homenageado nos EUA, não vá lá para dar a satisfação do porquê de atrair tanto o recurso estrangeiro para investimentos em títulos e quase nada para o setor produtivo”, assinalou.

Déficit bilionário
Ao analisar a demanda reprimida por infraestrutura no setor, o Ipea alertou para o rombo em áreas portuárias de R$ 20,4 bilhões e a necessidade de expansão e melhoramento dos acessos terrestres aos portos que somam R$ 17,3 bilhões. Esses valores já representam quase o total dos R$ 42 bilhões que o governo deveria alocar para “reforçar” o setor.

(Reportagem: Rafael Secunho / Foto: Eduardo Lacerda)

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