13 de jul. de 2010

Estatal desvalorizada

Temor no mercado gerado pela Petrobras é fruto da política equivocada do PT, alerta Vellozo Lucas

A desconfiança e o temor que a Petrobras tem gerado no mercado financeiro deve-se à estratégia equivocada do governo Lula. Essa é a avaliação do deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), especialista no assunto e integrante da comissão de Minas e Energia da Câmara. Segundo o tucano, os projetos de lei que alteraram o marco regulatório do setor e colocaram a Petrobras como operadora única do pré-sal geraram a falta de credibilidade da empresa no cenário internacional.

“Esses fatores trouxeram intranquilidade e insegurança ao mercado. Não só em relação à Petrobras, mas no setor de petróleo do Brasil. É um desastre. O Brasil é o único país que descobre petróleo e a estatal da área se desvaloriza. Ao invés de atrair investimentos, a descoberta paralisa os leilões e prejudica outros setores”, criticou o deputado nesta segunda-feira (12).

Segundo matéria do jornal “Folha de São Paulo”, crescem no mercado financeiro internacional as dúvidas sobre a capacidade financeira da Petrobras. Para investidores, o acidente da British Petroleum no México e a demora da petroleira brasileira em oferecer ações para gerar investimentos ampliaram ainda mais a percepção de maior risco.

Vellozo Lucas afirmou que a gestão do governo Lula nos leilões de ações da estatal e na operação de capitalização da empresa é temerária. O parlamentar também enumerou problemas da desorganização da Petrobras e afirmou que os programas da empresa pública atendem a interesses eleitorais do PT e dos seus aliados.

“A estatal perdeu valor de mercado, suas ações se desvalorizaram e os trabalhadores que compraram ações com FGTS tiveram prejuízo. A empresa não tem credibilidade hoje para fazer o plano de investimento anunciado. Esse programa está comprometido com investimentos de natureza política-eleitoral”, alertou o deputado.

Segundo a Folha, a empresa depende de emissão de ações - prevista para o final deste mês, mas adiada para setembro - para complementar seu programa de investimentos de US$ 224 bilhões até 2014. “O problema não é o adiamento da operação de capitalização. É o conjunto da obra. As ações do governo no setor de petróleo são o maior erro de política econômica na história recente do Brasil”, condenou o tucano.

Mais risco
→ O acidente da empresa inglesa, que provocou o vazamento de óleo no Golfo do México, também aumentou a percepção de risco por ressaltar o perigo de explorar petróleo em águas profundas. A Petrobras é líder nessa área e, com o pré-sal, sairá de perfurações de até 2.000m para 7.000m. (Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)

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