13 de jul. de 2010

Uso eleitoral

Macris: trem de alta velocidade é do país, e não do PT

O presidente da Subcomissão Especial do Trem de Alta Velocidade (TAV) da Câmara, deputado Vanderlei Macris (SP), criticou nesta terça-feira (13) as declarações do presidente Lula, que atribuiu à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, o sucesso do trem-bala. Durante cerimônia de anúncio do processo de concessão para a construção do trem que ligará São Paulo e Rio de Janeiro, Lula afirmou que “a companheira Dilma assumiu a responsabilidade de fazer o TAV”.

Para Macris, há um claro viés eleitoral no anúncio do projeto de extrema importância para o Brasil. “O país precisa entrar na era do trem de velocidade e caminhar no mesmo sentido da tendência mundial. Uma proposta de interesse do Estado não pode ser transformada em interesse eleitoral. O trem não se deve à Dilma, isso não é verdade”, declarou.

O parlamentar disse que a subcomissão, criada na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, vai atuar para denunciar os exageros e garantir que o projeto do TAV seja do país, e não do PT. “Vamos avaliar se o edital está adequado às sugestões do Tribunal de Contas da União. O TAV foi anunciado há dois anos. O governo não tem compromisso com data, capacidade gerencial e se preocupa apenas com o calendário eleitoral”, reprovou. Macris alertou que é preciso muito cuidado e atenção para não entrar no “engodo” do programa eleitoral petista.

Segundo o deputado, o episódio envolvendo Dilma Rousseff lembra o caso do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta ao apresentar o Fura-Fila, durante as eleições municipais de 1996. A proposta prometia acabar com o problema do trânsito na cidade. A ideia foi explorada no horário eleitoral com uma animação produzida pelo publicitário Duda Mendonça. No último ano de mandato, em 2000, Pitta deu início às obras do Fura-Fila. Foram gastos R$ 110 milhões para erguer 2 km de colunas de concreto na região do Sacomã. Pitta não disputou a reeleição e deixou o mandato com a obra inacabada.


Comercial indevido da candidata do PT
Nesta terça-feira (13), a candidata do PT foi multada pela quarta vez pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A multa aplicada é de R$ 6 mil. O diretório petista no Rio Grande do Sul também foi multado, em R$ 7,5 mil. No total, Dilma já foi condenada a pagar R$ 21 mil em multas eleitorais.

A ministra Nancy Andrighi acolheu pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), que considerou ser propaganda eleitoral antecipada um comercial produzido pelo partido e que foi ao ar no estado entre dias 26, 28 e 31 de maio deste ano. No discurso veiculado, segundo o TSE, Dilma falou em nome do partido e sobre as razões que levariam o eleitor a votar nela. (Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)

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