28 de ago. de 2009

Epidemia da Gripe A

Deputados: falta de planejamento provocou recorde de mortes no Brasil

Médicos, os deputados Leonardo Vilela (GO) e Raimundo Gomes de Matos (CE) lamentaram nesta sexta-feira a liderança mundial do Brasil no ranking de mortes provocadas pela gripe A (H1N1). Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, 577 pessoas foram vitimadas pela doença no país, que aparece à frente dos Estados Unidos (522), Argentina (439) e México (179). Para os tucanos, o elevado número de óbitos é fruto da falta de planejamento do ministério e do descaso do Governo Federal com a saúde pública no país.

Descontrole - De acordo com Vilela, o rápido alastramento da epidemia em território brasileiro foi facilitado pelo descontrole na entrada de estrangeiros e pela ineficaz estratégia de prevenção e divulgação de informações sobre a doença. “Lamento essa triste posição alcançada pelo país. Mas acredito que o governo tem sua parcela de culpa, pois faltou tudo no combate à gripe, desde planejamento por parte do Ministério da Saúde até os recursos disponíveis e pessoal capacitado para combatê-la”, criticou.

O deputado afirmou ainda que a demora no diagnóstico e o tratamento inadequado são as principais causas do alto número de mortes. Segundo ele, o governo precisa esclarecer melhor a população sobre as formas de prevenção e tentar aumentar o máximo possível o diagnóstico precoce e também o tratamento dos sintomas.

Por sua vez, Gomes de Matos acredita que desde o início a doença foi tratada com descaso pelo governo federal. Segundo ele, isso é uma praxe. “A nova gripe foi encarada como mais uma marolinha e ninguém quis dar a atenção necessária ao problema. Sequer a capacitação dos profissionais de saúde para combater a epidemia foi feita e agora vemos esse resultado lamentável”, apontou.

O tucano também lembrou que o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, não participou dos debates promovidos no princípio da propagação do vírus H1N1 e mesmo quando foi ouvido pela Comissão de Seguridade Social da Câmara, saiu antes do término da discussão. “Isso mostra claramente que para o governo pouco importava traçar um planejamento”, condenou. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Eduardo Lacerda)

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