1 de set. de 2009

Milhões aos sem terra

Ministro terá que explicar repasse de verbas a ONGs ligadas ao MST

Duas comissões do Senado devem ouvir, em audiência pública conjunta, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; o presidente do Tribunal de Contas da União, Ubiratan Aguiar; o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage; e o Secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo; sobre repasses de recursos do governo federal a organizações não-governamentais que têm mantido financeiramente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Nesta terça-feira as comissões de Agricultura e Reforma Agrária e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle aprovaram, com emendas, requerimento apresentado pela senadora Marisa Serrano (MS).

Algo está errado - A reportagem de capa da "Veja" desta semana teve acesso à movimentação bancária de quatro organizações não governamentais apontadas como as principais caixas-fortes do MST. Segundo a revista, a análise dos dados financeiros da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab), do Centro de Formação e Pesquisas Contestado (Cepatec) e do Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac) revela que o MST montou, controla e tem a seu dispor uma gigantesca e intrincada rede de abastecimento e distribuição de recursos, públicos e privados, que transitam por dezenas de ONGs espalhadas pelo Brasil.

De acordo com Marisa, quem leu a revista está ciente de que há algo muito errado. “Essas ONGs de fachada ficam irrigando o MST com recursos que teoricamente seriam para oferecer cursos. Ora, com R$ 43 milhões de verbas públicas mais R$ 20 milhões que vem do exterior dá para qualificar muita gente. Não tenho conhecimento de que os sem-terra estejam sendo capacitados a tal ponto para melhorar a vida nos assentamentos”, afirmou.

O senador Flexa Ribeiro (PA) lembrou que o ministro Guilherme Cassel já foi chamado várias vezes, mas não vem para audiências públicas no Senado. Por isso, sugeriu que se em 30 dias ele não marcar a data da audiência, o convite deverá ser transformado em convocação. Pela Constituição Federal, a ausência sem justificativa a uma convocação da Câmara ou do Senado importa em crime de responsabilidade. (Da assessoria da senadora/ Foto: Ag. Senado)

Nenhum comentário: