1 de set. de 2009

Perto de uma catástrofe

Thame cobra metas para redução de gases do efeito estufa


Em audiência pública nesta terça-feira na Comissão Mista de Mudança Climática, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) reiterou a necessidade de o governo brasileiro assumir metas para redução de emissão de gases do efeito estufa. Na sua avaliação, faltam medidas eficientes da gestão petista nesta questão. “As ações são pífias e fracas. O Brasil não toma atitudes fundamentais, o que implica assumir metas de redução de gases e definição de metas obrigatórias”, lamentou. O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) participou desta reunião ocorrida no Senado.

Voluntarismo perigoso - De acordo com o parlamentar, o país está ainda no "campo da voluntariedade". "Isso significa deixar que cada um faça o que quer, como quiser e se puder. Dessa forma não resolveremos um problema gravíssimo. Precisamos de medidas urgentes. Caso contrário, os desgastes ambientais serão imensos”, alertou.

O tucano avaliou que hoje existe uma consciência ambiental maior e uma preocupação de toda a população de que não se pode tratar as florestas com inércia e irresponsabilidade. Diante disso, destacou a importância de um esforço para preservá-las. “A única forma de resolver essa questão é valorizar a árvore em pé. Quando ela tiver valendo mais em pé do que derrubada, teremos iniciado a resolução do problema”, apontou.

Para o tucano, o governo brasileiro, na reunião em Copenhague, deveria ter uma posição mais proativa, de liderança, assim como foi na Rio-92 e em 97. Conforme lembrou, naquelas oportunidades o Brasil liderava porque o Ministério do Meio Ambiente tinha força e comandava o processo. “Hoje, os diversos ministérios fazem o mínimo, e isso significa quase nada. Estamos perto de uma catástrofe ambiental e não teremos tempo para reverter o processo”, avisou.

Há vários projetos em tramitação na Câmara. O deputado defende a aprovação da Política Nacional de Mudanças Climáticas antes da reunião em Copenhague, que ocorrerá em dezembro. “Todos são importantes e mostram que, por meio da criação de um marco regulatório, temos condições de induzir comportamentos via leis de incentivo, evitando tomar atitudes poluidoras e que degradam e destróem o meio ambiente”, apontou. O desafio desse plano é estabelecer um inventário atualizado sobre a emissão dos gases de efeito estufa e efetivar o cruzamento de dados entre o Governo Federal, estados e municípios antes do encontro na Dinamarca. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Ag. Câmara)

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