29 de set. de 2009

Relações exteriores

Crise em Honduras coloca Itamaraty em xeque, alertam deputados

Integrantes da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, os deputados Renato Amary (SP) e Rodrigo de Castro (MG) criticaram nesta terça-feira o posicionamento do governo brasileiro na crise em Honduras. Os tucanos afirmaram que o apoio dado pelo Itamaraty ao presidente deposto, Manuel Zelaya, tira o país da condição histórica de mediador e o coloca como defensor de um dos lados, colocando em risco a credibilidade da diplomacia brasileira.

Apoio inoportuno - Rodrigo de Castro lembrou que após conceder abrigo na embaixada, o Brasil declarava apoio a Zelaya, que sempre demonstrou simpatia com esquerdistas como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, um de seus principais aliados. “Isso mostra mais uma vez o desatino da política externa brasileira. O país abre mão de uma posição conquistada ao longo dos anos e da possibilidade de se tornar um dos grandes líderes globais”, lamentou.

O deputado acredita que o Itamaraty tem cometido uma série de erros, sendo que o maior deles foi o de não se manter neutro diante de uma questão delicada: de um lado, um presidente que pretendia ferir a Constituição e acabou deposto e, do outro, alguém que tomou o poder por meio de um golpe de Estado. “Sempre tivemos uma posição de neutralidade e construímos assim uma história de respeito diplomático. Na atual condição já não podemos atuar como árbitros do conflito e colocamos em risco a credibilidade que sempre tivemos”, afirmou Castro, que é secretário-geral do PSDB.

Já o deputado Renato Amary classificou de "inoportuno" o apoio do presidente Lula a Zelaya. Segundo ele, a ocupação da embaixada pelo ex-presidente, que inclusive tem incitado manifestações populares de dentro da embaixada, só trará reflexos negativos para as relações do Brasil com outras nações. Com temor de que a situação se complique ainda mais, o tucano afirmou que a saída agora é o diálogo em fóruns como a Organização das Nações Unidas, G-8 ou G-20, até porque os dois lados se mostram intransigentes.

O representante dos Estados Unidos na OEA, Lewis Amselem, afirmou ontem que o retorno do presidente deposto à Honduras foi irresponsável. Em aparente referência ao Brasil e a Venezuela, o diplomata disse que “os facilitadores desse retorno têm especial responsabilidade para prevenir a violência e manter o bem estar do povo hondurenho". (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Eduardo Lacerda e Ag. Câmara)

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Um comentário:

Unknown disse...

O ministro Celso Amorim ao permitir que a embaixada brasileira sirva de escritório político e palco de comícios para incitamento da uma guerra civil em Honduras pelo ex-presidente deposto Manuel Zelaya, está violando a constutuição brasileira, com o total respaldo do presidente Lula. A Lei 1.079, Inciso 3 do Artigo 5º diz:
Art. 5 São crimes de responsabilidade contra a existência política da União:
(…)
3 - cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade;
Portanto o presidente deve ser processado por crime de responsabilidade segundo a lei do "impedimento".
Mãos-à-obra.