Governo é conivente com expansão do desmatamento, critica Tripoli
O deputado Ricardo Tripoli (SP) alertou nesta quinta-feira para os dados divulgados em pesquisa da Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) que apontam um desmatamento de 273 quilômetros quadrados na Amazônia em agosto - área 167% maior se comparada com aquela devastada no mesmo mês do ano passado. Para o tucano, o governo teima em não ter uma política pública voltada para o setor. Além disso, assiste passivamente à destruição das florestas do país.
Desencontro - “O governo é conivente com todo esse processo. Enquanto o mundo inteiro se esforça por uma melhoria na questão ambiental, vemos só aumentar o desmatamento e o número de queimadas na Floresta Amazônica. O Japão, por exemplo, vai ter uma redução de 20% na emissão de monóxido de carbono, colocando os Estados Unidos e a América Norte em xeque, já que eles precisarão apresentar um diagnóstico semelhante na reunião de Copenhague”, destacou, ao se referir à 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima, marcada para dezembro.
Para Tripoli, a gestão Lula peca ao não fiscalizar e também por não saber como gerir o setor. Além disso, há ainda um total desencontro de informações com relação ao controle do desmatamento no Brasil. “Outro dia, na Suécia, o presidente informou que não teríamos Desmatamento Zero nem em 2020. Chegando ao Brasil, ele disse que o desmatamento reduziria 40% nos próximos meses. Exatamente no dia seguinte, o ministro Carlos Minc [Meio Ambiente], após deixar uma reunião com Lula, disse que o índice de redução seria de 80%. Eles não sabem o que estão falando”, explicou o deputado.
O estudo destacou ainda que 48% das áreas destruídas estão em regiões de proteção ambiental, onde é proibido qualquer tipo de corte e extração de madeira. Para o instituto, grileiros também estariam invadindo as terras e provocando o desmatamento para depois reivindicar a propriedade. “Há uma conivência total do governo. Eles não fazem a proteção que deveriam das áreas preservadas. Além disso, liberam essas ocupações e depois mandam Medida Provisória para o Congresso com o objetivo de aprovar a regularização. É triste”, finalizou Tripoli. (Reportagem: Rafael Secunho/Foto: divulgação)
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