30 de out. de 2009

Erro diplomático

Pannunzio critica atuação brasileira na crise de Honduras

O deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) criticou, em pronunciamento nesta quinta-feira (30), a atuação do Brasil no episódio da crise política em Honduras. O presidente deposto Manuel Zelaya está abrigado na embaixada brasileira há cerca de 40 dias, enquanto Roberto Micheletti ocupa como interino o principal cargo do governo de Honduras. Segundo Pannunzio, o atual governo mistura a diplomacia com ideologia.

Papel de mediador esquecido - “O Brasil vem colecionando uma série enorme de fracassos a que somos levados por equívocos de interpretação dos fatos, por desconhecimento da história ou por querer colocar a nossa diplomacia a serviço de uma ideologia. Isso não dá certo”, apontou o deputado.

Sem a participação decisiva do Itamaraty, a comissão de diálogo do presidente interino assinou nesta quinta-feira um acordo com os representantes de Zelaya para dar ao Congresso a tarefa de decidir sobre a restituição do líder deposto em 28 de junho. Enquanto as negociações prosseguem, Zelaya continua na embaixada.

Segundo Pannunzio, fazer do prédio brasileiro o quartel-geral de Zelaya não foi a melhor saída. “O resultado disso tudo é que se chegou a um impasse. O Brasil poderia ter pressionado a OEA, por exemplo, ou ido mais adiante, talvez até à ONU, para encontrar uma solução pacífica”, destacou.

Pannunzio destacou ainda que à época do governo Fernando Henrique, o país tinha como praxe usar a condição de mediador, o que era muito mais proveitoso nesse tipo de conflitos. “Foi assim no episódio ocorrido entre o Peru e Equador, ao tempo de FHC, e que permitiu resolver a questão. Ocorreu também na intermediação de uma crise do Paraguai", comparou. (Reportagem: Rafael Secunho)

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