30 de out. de 2009

Não sai do papel

No Ceará, programa habitacional vira "Minha Casa, Meu Tormento"

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) afirmou nesta sexta-feira (30) que o atraso na construção de residências do programa "Minha Casa, Minha Vida" é fruto da má gestão e da lentidão do governo federal. “A execução está muito atrasada e não é por falta de recursos. O Planalto divulga que vai construir 1 milhão de moradias, mas até agora isso só provocou instabilidade e frustração na população”, lamentou. Segundo ele, esse é mais um projeto da gestão petista que não sairá do papel.

Estaca zero - Seis meses depois de lançado, o programa habitacional permanece na estaca zero no Ceará. A Caixa Econômica Federal, agente financeiro do programa, ainda não assinou contratos para a construção de imóveis sob a alegação de supostos problemas de infraestrutura e burocráticos, principalmente dificuldades em licenciamentos. Segundo Gomes de Matos, prefeitos do estado já estão batizando o programa de "Minha Casa Meu Tormento", porque os municípios ofereceram os terrenos e estão sendo cobrados pelas populações locais.

Segundo o banco estatal, faltam ser vistoriados 32 terrenos dos 182 indicados pelas construtoras. A Caixa estima que os dois primeiros contratos sejam assinados até 15 de novembro, totalizando 300 unidades diante do déficit habitacional de 77 mil moradias no estado. Para Gomes de Matos, essa paralisia é mais uma demonstração dos factóides do Planalto. "O governo não cumpre seus compromissos, prejudicando a população. O que a gestão do PT consegue fazer é um verdadeiro programa de aceleração da comunicação”, apontou.

Para o secretário do Sindicato da Construção Civil, Roberto Sérgio Ferreira, não se pode falar em andamento do programa no Ceará, mas em "paramento". O dirigente do Sinduscon diz ainda que o setor enfrenta uma batalha diária para tentar tirar o programa do papel. (Reportagem: Letícia Bogéa)

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