3 de dez. de 2009

Absurdo

Contribuinte arcará com prejuízo milionário do Enem

Sobrou para o cidadão pagar o prejuízo milionário com o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), remarcado para o próximo fim de semana após vazamento das provas em outubro. O alerta foi feito nesta quinta-feira (3) pelos deputados Raimundo Gomes de Matos (CE) e Professor Ruy Pauletti (RS). Com a vazamento, o Ministério da Educação teve que cancelar o contrato com o consórcio anterior e buscar outro operador para elaboração da nova prova, prejudicando 4 milhões de estudantes.

Falta de planejamento - Os números envolvendo a preparação do exame revelam o tamanho do rombo. A primeira licitação havia sido fechada em R$ 116 milhões, sendo que somente a impressão da primeira prova custou cerca de R$ 30 milhões. Com a contratação de outra operadora, as despesas com o novo exame já superam a cifra dos R$ 130 milhões. Além disso, o governo fez uma propaganda no valor de R$ 300 mil para tentar recuperar a imagem do Enem, abalada depois do vazamento.

“A população é que vai arcar com as despesas por falta de planejamento do governo. O MEC negligenciou o acompanhamento de todo o processo do Enem, culminando com o vazamento e, na sequência, com a contratação de outra empresa. Isso trouxe mais despesas aos cofres públicos”, criticou Gomes de Matos. “O MEC é o responsável pelo vazamento das provas, que prejudicou milhares de estudantes brasileiros em virtude das mudanças das datas”, completou o tucano.

Para Ruy Pauletti, o Enem perdeu a credibilidade. "O ministério deveria ser responsabilizado pelo vazamento que causou todo esse prejuízo. Os custos serão pagos com recursos públicos e vão recair sobre o cidadão”, criticou. Segundo ele, o valor para pagar a elaboração, impressão e aplicação das novas provas deveria ser investido na educação. “Se houvesse planejamento do governo, o montante gasto para pagar esse prejuízo poderia ser usado para melhorar a qualidade do ensino fundamental e a capacitação de professores”, destacou.

Em entrevista nesta quinta-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que “todo o investimento foi feito e não se economizou um centavo” para a nova prova. Haddad disse esperar que os culpados pelo vazamento sejam punidos, algo que ainda não ocorreu. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Ag. Câmara)

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