4 de dez. de 2009

Longo desafio

Deputados apontam saídas para mudar a realidade da educação

Os deputados Nilson Pinto (PA) e Rogério Marinho (RN) apontaram nesta sexta-feira (4) uma série de políticas públicas que precisam ser adotadas para mudar a realidade da educação brasileira. Melhorar a capacitação de professores, a qualidade de ensino, a gestão escolar e a avaliação dos alunos foram algumas das ações citadas pelos parlamentares.

Misto de avanços e problemas - De acordo com estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a situação educacional de brasileiros com idade entre 15 e 29 anos é um misto de avanços e problemas.

O estudo alerta que o processo de escolarização da maioria dos jovens ainda é marcado por oportunidades limitadas e que persistem expressivas desigualdades educacionais entre ricos e pobres, brancos e não brancos e moradores de áreas urbanas e rurais. Os brasileiros nessa faixa etária totalizam 49,7 - 26,2% da população.

Nilson Pinto lembrou que no governo FHC o país conseguiu uma revolução no ensino básico a partir da adoção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério em 1996. O Fundef deu um grande impulso à universalização do ensino, fazendo com que o país atingisse a marca histórica de 97% das crianças de 7 a 14 anos no ensino fundamental.

“Por outro lado, a gestão petista faz pouco nessa área, atrasando um processo que estava em pleno curso. O que foi feito ainda é insuficiente para garantir acesso a todos ao ensino médio e técnico. Além disso, pouco tem sido feito para melhorar a qualidade de ensino. É lamentável que o governo avance tão pouco nessa área”, ressaltou o parlamentar, ex-reitor da Universidade Federal do Pará.

Também especialista no setor educacional, Marinho defende a modificação dos currículos das universidades nos cursos de formação dos professores, algo que trará impactos positivos em sala de aula. “É preciso corrigir a distorção a partir da base. Isso só ocorrerá com mais investimento, infraestrutura e, principalmente, qualificando melhor os professores para que a educação seja de fato o item principal da agenda do Brasil”, recomendou.

A pesquisa traz indicadores que mostram o tamanho do desafio brasileiro. Segundo o Ipea, apenas metade dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos frequenta o ensino médio na idade adequada e 44% ainda não concluíram nem mesmo o ensino fundamental. Nas regiões Nordeste e Norte, as taxas de frequência (36,4% e 39,6%, respectivamente) são bem mais baixas do que no Sudeste e Sul (61,8% e 56,5%, respectivamente). (Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Du Lacerda)

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