2 de dez. de 2009

Só 20% executados

Lentidão do PAC atrasa o crescimento do país, alerta Aníbal


O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), foi à tribuna nesta quarta-feira (2) para lamentar mais uma vez a baixa execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com números levantados pela Assessoria Técnica do partido no Siafi, do total de R$ 27,9 bilhões autorizados no Orçamento de 2009, somente R$ 5,5 bilhões tinham sido pagos até ontem, o equivalente a 19,7%.

Distância enorme - “É um governo que não planta, só colhe. Todo dia criam factóides, comparações e anúncios que se mostram completamente fantasiosos quando analisamos os números. Entre o projetado e o realizado pelo Planalto há uma distância enorme”, criticou Aníbal.

O tucano citou órgãos federais que praticamente não conseguem tirar o PAC do papel. O Ministério da Integração Nacional, por exemplo, tem uma execução de meros 8% do total previsto para 2009. De R$ 1,6 bi, apenas R$ 134 milhões foram pagos à pasta que conduz empreendimentos como a transposição do rio São Francisco. Já para o Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), foram destinados R$ 8,5 bilhões, mas efetivamente pagos R$ 2,6 bilhões, apesar do estado precário das estradas.

“É bem verdade que o presidente da República tenta antecipar o futuro do Brasil a qualquer preço. Mas que futuro é esse que ele quer antecipar, com buracos nas estradas, portos e aeroportos congestionados e infraestrutura em estado lamentável? Em que medida isso atrasa o Brasil?”, questionou Aníbal.

O deputado mencionou que o Fórum Mundial acaba de publicar que o Brasil se encontra em posição inferior às primeiras 80 economias do mundo, quando pretende estar entre as cinco maiores. Segundo o parlamentar, a falta de investimento em infraestrutura e logística no país levam a essa situação. Em vez de continuar com a enorme gastança, o líder espera que o governo Lula assuma o compromisso de investir mais para que o país possa deslanchar.

“Em termos de realização do PAC, infelizmente, isso parece que não vai mudar, sobretudo neste final de ano. Mas é preciso que haja um maior compromisso do Planalto, uma vontade mais firme de investir do ponto de vista do Orçamento, para que o Brasil tenha a infraestrutura necessária ao crescimento”, concluiu. (Reportagem: Rafael Secunho/ Foto: Ag. Câmara)

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