8 de dez. de 2009

Risco de isolamento

Brasil precisa reconhecer resultado das eleições em Honduras, diz Bruno Araújo

Assim como fizeram países da América Latina como Argentina e Venezuela, o Brasil deve reconhecer o resultado das eleições em Honduras. É o que defendeu o deputado Bruno Araújo (PE) em plenário nesta terça-feira (8). No último dia 29, Porfirio Lobo foi eleito para ocupar a presidência em eleições limpas, mas o Itamaraty não aceita o resultado.

Saída necessária - "Já externeamos a nossa posição em outras oportunidades para pedir ao Itamaraty e ao Presidente da República que encontrem uma saída diplomática para o que sinaliza como isolamento diplomático brasileiro", alertou o tucano, ao se referir ao posicionamento do Planalto sobre o resultado das eleições, feitas de forma "absolutamente transparente".

O deputado do PSDB participou de uma comissão externa da Câmara que esteve em Honduras em outubro para acompanhar a crise política. Ele lembra que o Brasil assumiu uma posição de mediador do conflito, mas esse comportamento sofre hoje de absoluta paralisia, segundo o tucano.

"O Brasil ficará à beira de um isolamento caso não possamos definir e dar sustentação ao resultado de uma eleição democrática. Não podemos dizer que uma eleição na Venezuela presidida por Hugo Chávez é menos legítima do que a última ocorrida em Honduras", reiterou.


Ainda de acordo com o tucano, cabe ao Itamaraty "sair desse imbróglio em que entrou" e ajudar a viver um novo momento dentro das relações com os países da América Latina. Para isso, precisa ajudar a reconhecer o resultado das eleições e buscar uma saída diplomática para o ex-presidente Zelaya, que ainda está na embaixada brasileira. Três dias após as eleições, o Congresso vetou a restituição ao poder de Zelaya, deposto em 28 de junho.

Ontem, em Montevidéu, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) reiterou não haver prazo para que o presidente deposto de Honduras deixe o prédio brasileiro em Tegucigalpa. Segundo um assessor, ele não pretende sair enquanto tiver apoio brasileiro. (Reportagem: Marcos Côrtes/Foto: Ag. Câmara)

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