26 de fev. de 2010

Caso Eletronet

Dilma virou fonte de interesse de lobistas dentro do governo, avaliam tucanos

A decisão de usar uma rede de fibra ótica da Eletronet - empresa que tem uma dívida de R$ 800 milhões - para o programa nacional de banda larga revela que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tornou-se uma fonte de interesse permanente de lobistas dentro do governo federal. A avaliação é dos deputados Vanderlei Macris (SP) e Antonio Carlos Pannunzio (SP).

Pessoa chave - "A ministra Dilma Rousseff, assim como em outros casos, deve ter participado dessa transação que favorece a Eletronet. Ela virou uma fonte de interesse de lobistas. Além de ficar claro que ela é uma pessoa chave no governo", critica Macris.

De acordo com o ex-presidente da Eletrobrás Luiz Pinguelli Rosa, Dilma teria conhecimento do esquema desde 2003, quando comandava o Ministério de Minas e Energia. Naquele ano, a empresa Lightpar, holding de participações da Eletrobrás que participava com 49% do controle da Eletronet, decretou falência e, logo depois, foi comprada por um valor simbólico de R$ 1 pela Star Overseas Ventures, de Nelson Santos. A título de "consultoria", essa companhia repassou pelo menos R$ 620 mil ao ex-ministro José Dirceu.

Na avaliação de Pannunzio, a ministra não combate as práticas de corrupção e tráfico de influência como as que ocorreram no mensalão. "Por ter conhecimento deste caso, ela tinha obrigação de impedir a continuidade dessa transação. Não o fez porque tem uma relação muito forte com o ministro José Dirceu", lamenta o tucano.

Macris afirma que o fato de Dilma ter conhecimento do andamento do negócio não chega a ser surpresa. A CPI das Escutas Clandestinas, por exemplo, conclui que o empresário Daniel Dantas, do grupo Opportunity, foi beneficiado na venda da Brasil Telecom para a OI. Na época, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), que tramita facilmente pelos corredores do Planalto, assessorou o banqueiro. Dantas lucrou R$ 1 bilhão com a venda de suas ações. "Isso só comprova a participação da ministra nos esquemas do governo", recorda. (Da redação com Ag. Tucana/ Foto: Eduardo Lacerda)

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