26 de fev. de 2010

Injustiça a ser reparada

Kaefer defende mudança no modelo federativo e nova partilha de impostos

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinando a aprovação de novas regras para o Fundo de Participação dos Estados não é novidade para o deputado Alfredo Kaefer (PR). Desde 2007, o parlamentar vem defendendo uma mudança no atual modelo federativo e uma nova repartição do bolo tributário entre os entes federados (União, estados e municípios). Nesta semana o STF declarou inconstitucional o atual modelo de distribuição de verbas do FPE e deu prazo até 31 de dezembro de 2012 para que o Congresso Nacional aprove uma nova lei. Caso contrário, o FPE será extinto.

Pessoas vivem nos municípios - Pelo modelo atual, a União fica com 60% de toda a arrecadação de impostos, 25% aos estados e apenas 17% (em média) aos municípios. “Esse modelo é injusto e extremamente prejudicial aos municípios, onde as pessoas vivem e precisam ter atendidas as suas necessidades por meio dos serviços públicos”, protestou Kaefer, que apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 406) para estabelecer uma repartição mais equitativa do bolo.

O deputado explica que a partir da Constituição de 1988 foram delegadas aos municípios diversas atribuições nas áreas de saúde e educação, mas sem o repasse equivalente de recursos para garantir a qualidade necessária dos serviços públicos. “O pacto federativo deveria garantir uma participação mais efetiva dos municípios na elaboração do orçamento e políticas públicas, e não apenas impor a vontade do governo federal, como acontece hoje”, argumenta.

Ainda de acordo com Kaefer, “não tem sentido um prefeito sair do interior do Paraná, de Roraima ou do Nordeste e pedir dinheiro em Brasília para construir uma creche ou uma quadra de esportes quando deveria ter autonomia financeira para isso”.

O parlamentar também identifica no atual modelo federativo um problema que torna prefeitos e deputados submissos ao esquema de poder do governo federal. “Os deputados atuam como despachantes de luxo dos prefeitos e precisam fazer o jogo do Planalto para ver aprovadas suas emendas. Esse é um vício de origem da nossa República e precisa ser corrigido”, reforça Kaefer.

Como seria? - Pela PEC 406/2009 o deputado propõe alteração na redação de parte dos artigos 158 (inciso IV), 159 e 198 da Constituição Federal, para aumentar o repasse de recursos federais aos municípios. Se aprovada, aumenta de 25 para 30% a participação dos municípios nas receitas de ICMS e 21,5% para 24,5% o porcentual do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

A PEC proposta pelo deputado também determina que a União entregue 23,5% do produto das arrecadações das contribuições sociais sobre a receita ou o faturamento bruto e sobre o lucro para que as prefeituras apliquem em serviços de saúde pública.


Na justificativa da proposta, Kaefer diz que são conhecidas as causas das dificuldades enfrentadas pelos municípios. “Precisamos reconhecer que a principal razão dessa situação calamitosa do ponto de vista orçamentário-financeiro é a inadequada repartição das receitas tributárias entre os entes da Federação”, salienta.

“É crucial corrigir essa distorção agora, antes que seja tarde, e dar aos municípios – onde as pessoas vivem – condições para que ofereçam serviços públicos de qualidade nas áreas de educação, saúde, pavimentação, iluminação pública e tantas outras”, reforça o deputado do PSDB. (Da assessoria/Foto: Eduardo Lacerda)

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