23 de fev. de 2010

Brasil é prejudicado

Emanuel cobra política mais firme do governo contra dumping internacional

O deputado Emanuel Fernandes (SP) alertou nesta terça-feira (23) para um problema que afeta milhares de empresários brasileiros: o dumping comercial praticado por outros países, principalmente pela China. Para o tucano, falta ao governo Lula uma política mais incisiva para combater a concorrência desleal internacional.

Planalto abre as portas para os asiáticos - Conforme explicou na tribuna, o dumping é uma prática na qual uma mercadoria é vendida no mercado externo por um preço inferior ao aplicado no mercado do próprio país produtor. Essa manobra comercial tem como objetivo fazer com que as empresas que a utilizam consigam oferecer preços mais baixos e, assim, diminuir ou até mesmo eliminar a concorrência.

O tucano manifestou a indignação do Grupo de Estudos de Desenvolvimento Econômico, Social e Político de São José dos Campos (SP), o Gedesp, com essa situação. "Há algum tempo esse grupo de empresários tem debatido o assunto, revelando que o dumping internacional vem afetando bastante a indústria e o comércio no Brasil, com reflexos importantes na região do Vale do Paraíba", alertou.

Para ele, a criação de mecanismos antidumping para ampliar a proteção às empresas brasileiras deveria merecer, por parte do atual governo, uma atenção maior. "Esses instrumentos de defesa comercial, visando à preservação e manutenção das empresas existentes, desempenham o importante papel de assegurar os níveis de emprego e resguardar os interesses relacionados às atividades empresariais desenvolvidas em nosso país", destacou Emanuel.

Diante desse quadro, o parlamentar do PSDB fez um apelo para que o governo aprimore as medidas de salvaguarda e proteção à indústria e ao comércio nacional e combata com mais eficácia um problema recorrente e que há muito vem afetando diretamente os empresários brasileiros.

O tucano disse não compreender como o governo Lula "abriu as suas portas de comércio à China". "O reconhecimento da entrada da China na Organização Mundial do Comércio por parte do Brasil mostrou que o governo Lula é muito bonzinho com os estrangeiros, sem resguardar os interesses nacionais. Não é fácil a concorrência com produtos internacionais, sobretudo aqueles que têm mão-de-obra barata", reclamou.

Para ele, o Planalto poderia, nas cortes internacionais e órgãos multilaterais, endurecer a posição com relação a esses países. "A nossa indústria têxtil, sobretudo a indústria manufatureira, com intensiva mão-de-obra, está sofrendo muito com essa nossa abertura com a China. Esperamos que o governo reaja para assegurar os nossos empregos", concluiu. (Reportagem: Marcos Côrtes/ Foto: Eduardo Lacerda)

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