4 de mar. de 2010

Propaganda indevida

Líder critica uso da TV Brasil para favorecer ministros candidatos

O líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), condenou nesta quinta-feira (4) o programa idealizado pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República para gravar verdadeiras propaganda de ministros candidatos nas próximas eleições. Batizado de “7 anos em 7 minutos”, numa referência ao tempo de duração da gestão Lula, o programa feito pela TV Brasil também é sugestivo ao destacar o numeral “7”, tradicionalmente ligado à mentira, como lembra o tucano.

Ato falho do PT - “Muito interessante e sugestivo esse título para o programa dos ministros. A escolha foi adequada, porque o que vai aparecer certamente nesses programas é o costumeiro do PT: a mentira. O número sete é muito adequado para designar isso”, observou Almeida, apontando o que chamou de “ato falho” do PT. Emissora pública, a TV Brasil é um dos produtos da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), do governo federal.

Neste novo programa, as “atrações” são os depoimentos de caráter político-eleitoral. As gravações feitas pela TV estão sendo postadas no blog do Palácio do Planalto, mas também podem entrar na grade de programação. Até agora o blog já pôs no ar o vídeo de seis ministros, dos quais quatro são candidatos em outubro próximo.


“Não é novidade que eles vêm usando com muita intensidade os meios próprios do governo para fazer propaganda política. Os programas lançados pela atual gestão, desde o PAC, já vem revestidos de propaganda visando a campanha da ministra Dilma. E agora eles foram além, expandindo também para outros ministros”, lamentou o tucano.


Tarso Genro, que deixou o Ministério da Justiça no início de fevereiro para se candidatar pelo PT ao governo do Rio Grande do Sul, foi o primeiro a estrear no “programa oficial”.
Também já gravaram suas participações Alfredo Nascimento (PR), que disputará ao governo do Amazonas; Altemir Gregolin (PT), concorrente a uma vaga na Câmara por Santa Catarina, e Hélio Costa (PMDB), que trocará a pasta das Comunicações para ser provavelmente candidato ao governo de Minas.

O líder lamentou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não tenha coibido a propaganda extemporânea feita pelo atual governo e, por fim, questionou a utilidade da TV pública. “A rigor , essa TV não tem nada que justifique a sua existência. Nos rebelamos quando da criação dela, pois é um veículo com audiência muito baixa. E, ainda por cima, consome quase meio bilhão de reais por ano”, reprovou. (Reportagem: Rafael Secunho/Foto: Eduardo Lacerda)

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