20 de abr. de 2010

Esperança para os cooperados

Deputados elogiam decisão da Justiça de quebrar sigilo da Bancoop

Os deputados Ricardo Tripoli (SP) e Antonio Carlos Pannunzio (SP) comemoraram nesta terça-feira (20) a decisão da Justiça Federal de decretar a quebra dos sigilos bancário e fiscal da Bancoop (Cooperativa dos Bancários de São Paulo).

A entidade está sendo investigada por suposto desvio milionário de recursos para ex-dirigentes e campanhas políticas do PT, inclusive a que levou Lula à Presidência da República em 2002. A quebra foi decretada pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O Ministério Público já havia autorizado o acesso à documentação da cooperativa.

João Vaccari Neto, tesoureiro do PT e um dos responsáveis pela campanha de Dilma Rousseff à Presidência, é apontado pelo Ministério Público de São Paulo como comandante do esquema.

“A investigação só está começando”, afirmou Tripoli. Para ele, a quebra de sigilo é fundamental para que o Judiciário encontre as provas das supostas fraudes. “Além disso, toda atitude que consiga resguardar os direitos daqueles que foram lesados é importante”, completou.

Na avaliação de Pannunzio, a quebra de sigilo reforça os indícios do desvio de recursos na cooperativa e deve levar à confirmação do envolvimento de petistas. “É muito importante para a democracia que a Justiça tenha decretado essa quebra de sigilo, pois o PT tem sido pródigo em agasalhar 'aloprados'. No caso da Bancoop, os prejuízos atingem milhares de pessoas que esperam o fim da impunidade no país”, apontou.

Números do escândalo assustam

→ Segundo o Ministério Público de SP, o esquema pode ter desviado R$ 100 milhões da cooperativa.

→ Cerca de 400 famílias movem processos contra a Bancoop, alegando que, mesmo tendo quitado os imóveis, não receberam os apartamentos. Como se não bastasse, ainda viram as prestações se multiplicarem a ponto de levá-las à ruína.

→ Dos 53 empreendimentos prometidos pela cooperativa, 30 não chegaram a sair do papel. Os poucos que conseguiram receber seus imóveis não têm a escritura definitiva. Mais de 90% destes imóveis nem existem perante o registro imobiliário.

(Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda)

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