A pedido do deputado Emanuel Fernandes (SP), a Comissão de Relações Exteriores promoveu nesta quarta-feira (12) audiência pública para discutir a publicação "Brasil: O Estado de uma Nação", elaborada pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea). De acordo com o tucano, que preside o colegiado, a audiência foi importante para os parlamentares conhecerem melhor a obra. Para Emanuel, o documento apresenta alternativas para a economia brasileira, incluindo uma análise sobre os empregos e empresas do setor de exportação.
O presidente do Ipea, Márcio Pochmann (na foto ao lado de Emanuel), apresentou detalhes do estudo durante a audiência. Segundo ele, os dados do levantamento refletem uma mudança no comércio mundial e revelam que, nos últimos anos, os países não desenvolvidos, como o Brasil, têm promovido a maior parte do crescimento mundial.
Para Emanuel, as informações permitem concluir que o país passa por uma boa fase, mas algumas mudanças de atitudes precisam ser feitas para evitar graves problemas no comércio internacional nas próximas décadas. “O Brasil está numa boa situação comparado com outras nações que estão passando por crise, mas temos alguns sinais de que podemos ter uma integração mundial no futuro em situação de desvantagem”, alertou.
Segundo ele, a comprovação dessa tendência é que o país está exportando proporcionalmente cada vez menos produtos com valor agregado e mais produtos primários. Já o presidente do Ipea defendeu mais atenção com a formação de cadeias produtivas de bens industrializados destinados ao comércio exterior.
Mais debates
Emanuel vai propor discussões sobre os indicadores socioeconômicos brasileiros. Para ele, as explicações sobre o estudo elaborado pelo Ipea serviram como um primeiro passo. “Quero discutir os grandes números do país e a primeira coisa a ser feita é conhecer esses números. A presença do presidente do Ipea aqui foi exatamente para nos apresentar esses dados para que nossa comissão faça análises realistas com base neles”, afirmou.No século 21, uma nova dinâmica internacional
→ Na obra, o Ipea discute os problemas do crescimento e do desenvolvimento, tendo em foco o Estado brasileiro. Na última edição, de 2007, foram analisados macroeconomia e crescimento econômico; inovação, tecnologia e produção; políticas sociais e ações sobre a pobreza; e segurança pública.
→ De acordo com o estudo, os países não desenvolvidos contribuem atualmente com 76% do crescimento mundial. Os países desenvolvidos respondem pelos 24% restantes. Os Estados Unidos, sozinhos, representam metade desse percentual.
→ As nações não desenvolvidas voltaram, no início do século 21, a responder pela maior parte dos bens e serviços produzidos no mundo, a exemplo do que ocorria até o século 19. No século 20, a riqueza foi gerada principalmente pelos países desenvolvidos, que não chegam a 30 no mundo e representam apenas 13% da população mundial.
→ De acordo com o estudo, os países não desenvolvidos contribuem atualmente com 76% do crescimento mundial. Os países desenvolvidos respondem pelos 24% restantes. Os Estados Unidos, sozinhos, representam metade desse percentual.
→ As nações não desenvolvidas voltaram, no início do século 21, a responder pela maior parte dos bens e serviços produzidos no mundo, a exemplo do que ocorria até o século 19. No século 20, a riqueza foi gerada principalmente pelos países desenvolvidos, que não chegam a 30 no mundo e representam apenas 13% da população mundial.
→ Segundo o Ipea, os dados refletem uma mudança no comércio mundial e também a transferência do centro dinâmico mundial dos EUA para a Ásia. Pochmann ressaltou que houve crescimento das exportações internacionais de bens primários e de energia (petróleo), oriundos principalmente dos países não desenvolvidos, ao passo que as vendas de bens industrializados, produzidos especialmente pelos países desenvolvidos, permaneceram relativamente estáveis.
(Reportagem: Djan Moreno com Ag. Câmara/Foto: Eduardo Lacerda)
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